Um tampão norueguês
Sem Neres, Schmidt surpreendeu com a colocação de Aursnes na esquerda do ataque. O Benfica não mudou o sistema nem as dinâmicas, mas ganhou capacidade defensiva com um tampão mais à frente.
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O Benfica deu um passo muito importante para a passagem aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões e manteve-se na luta pelo primeiro lugar do seu grupo ao empatar a uma bola em Paris com o poderoso Paris Saint-Germain, equipa com a qual continua a partilhar a primeira posição. O resultado foi idêntico, mas o jogo foi bastante diferente do de há uma semana, na Luz. Se nesse empate as duas equipas juntas totalizaram 13 remates enquadrados, desta vez não foram além dos quatro, dois dos quais nas duas grandes penalidades com que fizeram o score final. A maior contenção pode até ter sido provocada pela tranquilidade gerada pela derrota da Juventus, horas antes, em Haifa, mas é mais provável que tenha ficado a dever-se à falta de alguns elementos desequilibradores – acima de todos Messi, lesionado – ou à opção de Roger Schmidt substituir o igualmente magoado Neres por Aurnses, um médio-centro de cariz defensivo que entrou para o lado esquerdo do ataque.
O efeito-Aursnes acabou por ser fulcral no jogo. Porque, não sendo naturalmente tão criativo como Neres, o norueguês veio dar à equipa benfiquista uma maior capacidade de defender à frente, sobretudo no lado onde estava Hakimi, a principal arma do Paris Saint Germain no que toca à saída por um dos flancos – Nuno Mendes, o habitual titular do outro lado, também se encontrava lesionado. Quando foram revelados os onzes iniciais, muita gente terá pensado que Schmidt iria optar por um meio-campo a três, com Aurnses, Florentino e Enzo, que chegou a ensaiar em momentos esta época. Ou até que o argentino avançaria para a direita do ataque, permitindo a manutenção do sistema habitual, com Aursnes ao lado de Florentino. Mas quem jogou mais à frente foi mesmo o novo titular, permitindo enquadrar João Mário na direita e manter Rafa nas costas de Gonçalo Ramos. O Benfica mantinha todas as suas dinâmicas ofensivas, desde a saída a quatro, com os centrais e os dois médios, à projeção dos laterais, com os três apoiantes do ponta-de-lança a jogarem muito por dentro, mas ganhava bastante agressividade e rigor na intenção de pressionar alto e não se desmontava atrás para se opor ao ataque do PSG.