O futuro do futebol joga-se muito nos tribunais, em torno do estabelecimento de regras que delimitem o que é aceitável e o que o não é em termos de investimento. Os ingleses deram o pontapé de saída.
Eu julgo que o futebol evoluiu no sentido do crescimento artificial estar acessível a quem pode. As questões jurídicas têm aparecido à posteri para moralizar, segmentar ou meramente para que o edifício jurídico tenha uma importância simbólica, uma encenação normativa como acontece noutras áreas do Direito que não o desportivo. O futebol enquanto modalidade de todos para todos tende a ser um balão cada vez mais vazio.
A ideia do fair play financeiro não existiu quando o Malaga cresceu, porque não o fez o suficiente para pôr em causa o status quo e correu horrivelmente mal. Nem quando Abramovich apareceu a querer fazer do Chelsea um grande clube da Europa, porque é Inglês, mas como resultou, começou a incomodar a UEFA e quando surgiu o Manchester City, fez tremer o status quo, mas quando foi o PSG, que não é nem Inglês nem Espanhol, aí sim o investimento estrangeiro começou a ser um enorme problema, não fosse surgir o Super Estoril ou o Super Groningen ou o Super Charleroi e termos mais dificuldade para os grandes nomes ganharem. É óbvio que o fair play financeiro, mascarado de proteção aos clubes, mais não é que a defesa do status quo, manter o grande grande e o pequeno pequeno.
O problema é a existência do fair play financeiro e outro social, não só do futebol, que diz respeito ao capitalismo selvagem. Se pode o capitalismo não ter controlo, quando estão em causa direitos humanos, bens essenciais ou outros princípios como o da sã concorrência ou o espirito desportivo. Eu digo que não, o capitalismo não pode funcionar sem regras e deve ceder face a direitos humanos como a habitação ou o acesso à alimentação, e face a outros princípios como a sã concorrência, sem a qual não existe desporto e logo futebol e o que se passa em Inglaterra é concorrência desleal, é batota, é jogar FM com editor de jogos gravados. O que ninguém quer ler nem ouvir porque aí toca em clubes históricos que as pessoas gostam, mas que é a realidade. Não só pelo fair play financeiro, mas pela multi-propriedade de clubes e de empresas, pelas ajudas estatais que existem no médio-oriente, pela forma como os donos do City podem fazer o que querem.
O problema começou com a falência do Portsmouth. Não tem que ver com ser dinheiro nacional ou estrangeiro. Tem que ver com o ser dinheiro que não é gerado no jogo e que, se tirado do jogo, resulta em fecho de portas.
Com todo o respeito, isso pode ser a posição oficial, mas é tão verdade quanto a preocupação da Premier League com a competitividade do campeonato da Croácia, no que diz respeito à Liga dos Campões.
O problema seria se o Portsmouth fosse de repente um candidato ao titulo, mas oficialmente têm de vender a ideia de que o "fairplay" financeiro tem a boa intenção que nunca teve, então dizem que é por solidariedade ou sobrevivência, mas eles querem lá saber do Portsmouth. Basta ver que a UEFA nada fez no caso do Mallorca...ai não era problema.
O real problema acaba por ser a forma como alguns clubes conseguem a riqueza necessária para o cumprimento das regras, porque basta vender um jogador a outro clube do grupo ou injetar dinheiro que vem de fora. Claro que a saída também é um problema, mas quem vive da batota de City e Newcastle, depois paga a fatura.
Eu julgo que o futebol evoluiu no sentido do crescimento artificial estar acessível a quem pode. As questões jurídicas têm aparecido à posteri para moralizar, segmentar ou meramente para que o edifício jurídico tenha uma importância simbólica, uma encenação normativa como acontece noutras áreas do Direito que não o desportivo. O futebol enquanto modalidade de todos para todos tende a ser um balão cada vez mais vazio.
A ideia do fair play financeiro não existiu quando o Malaga cresceu, porque não o fez o suficiente para pôr em causa o status quo e correu horrivelmente mal. Nem quando Abramovich apareceu a querer fazer do Chelsea um grande clube da Europa, porque é Inglês, mas como resultou, começou a incomodar a UEFA e quando surgiu o Manchester City, fez tremer o status quo, mas quando foi o PSG, que não é nem Inglês nem Espanhol, aí sim o investimento estrangeiro começou a ser um enorme problema, não fosse surgir o Super Estoril ou o Super Groningen ou o Super Charleroi e termos mais dificuldade para os grandes nomes ganharem. É óbvio que o fair play financeiro, mascarado de proteção aos clubes, mais não é que a defesa do status quo, manter o grande grande e o pequeno pequeno.
O problema é a existência do fair play financeiro e outro social, não só do futebol, que diz respeito ao capitalismo selvagem. Se pode o capitalismo não ter controlo, quando estão em causa direitos humanos, bens essenciais ou outros princípios como o da sã concorrência ou o espirito desportivo. Eu digo que não, o capitalismo não pode funcionar sem regras e deve ceder face a direitos humanos como a habitação ou o acesso à alimentação, e face a outros princípios como a sã concorrência, sem a qual não existe desporto e logo futebol e o que se passa em Inglaterra é concorrência desleal, é batota, é jogar FM com editor de jogos gravados. O que ninguém quer ler nem ouvir porque aí toca em clubes históricos que as pessoas gostam, mas que é a realidade. Não só pelo fair play financeiro, mas pela multi-propriedade de clubes e de empresas, pelas ajudas estatais que existem no médio-oriente, pela forma como os donos do City podem fazer o que querem.
O problema começou com a falência do Portsmouth. Não tem que ver com ser dinheiro nacional ou estrangeiro. Tem que ver com o ser dinheiro que não é gerado no jogo e que, se tirado do jogo, resulta em fecho de portas.
Com todo o respeito, isso pode ser a posição oficial, mas é tão verdade quanto a preocupação da Premier League com a competitividade do campeonato da Croácia, no que diz respeito à Liga dos Campões.
O problema seria se o Portsmouth fosse de repente um candidato ao titulo, mas oficialmente têm de vender a ideia de que o "fairplay" financeiro tem a boa intenção que nunca teve, então dizem que é por solidariedade ou sobrevivência, mas eles querem lá saber do Portsmouth. Basta ver que a UEFA nada fez no caso do Mallorca...ai não era problema.
O real problema acaba por ser a forma como alguns clubes conseguem a riqueza necessária para o cumprimento das regras, porque basta vender um jogador a outro clube do grupo ou injetar dinheiro que vem de fora. Claro que a saída também é um problema, mas quem vive da batota de City e Newcastle, depois paga a fatura.