Benfica com asas em Lodz
A capacidade para meter os dois laterais bem dentro do bloco do Dínamo Kiev e para lhes fazer chegar a bola em boas condições determinou o sentido de um jogo que só podia mesmo sorrir aos encarnados.
O Benfica soube descomplicar desde muito cedo o jogo que se previa mais difícil deste início de época, o confronto com o Dínamo de Kiev, marcando logo aos 9’ o primeiro de dois golos que lhe dão uma vantagem tranquilizadora (2-0) para o desafio da segunda mão, na Luz. Não se vê forma de os encarnados ainda poderem ser surpreendidos a caminho da entrada na tão desejada fase de grupos da Liga dos Campeões, tal foi a superioridade que mostraram perante a formação ucraniana que afastara o Fenerbahçe, de Jorge Jesus. É certo que o Dínamo pareceu mais ingénuo nos posicionamentos do que se esperava de uma equipa treinada por uma velha raposa como Mircea Lucescu, mas o jogo mostrou que Roger Schmidt está a ter sucesso no aperfeiçoamento do modelo que tenta implantar em Lisboa. O Benfica já não é só nem sobretudo uma equipa de pressão, intensidade e vertigem: ontem, em Lodz, foi também um coletivo inteligente na gestão da bola e dos momentos do jogo.
Admite-se que o golo de Gilberto, logo aos 9’, pode ter ajudado a tarefa encarnada. Mas não só esse golo nasceu de um elaborado ataque posicional, onde ficou demonstrada a vantagem de ter um “abrandador” como João Mário numa equipa de aceleras, como antes disso o jogo só estava a pender para um lado: o da baliza de Bushchan. Perante o 4x2x3x1 que Schmidt usou em todos os jogos, ontem incrementado com o regresso de Neres à direita do ataque, e face à habitual saída a quatro – os dois defesas-centrais e os dois médios centro a darem-lhes linhas de passe – dos encarnados, Lucescu não viu ou não gostou da estratégia montada pelo Casa Pia, em Leiria, no sábado. Ao contrário do que fizera Filipe Martins, o treinador romeno não se preocupou em encobrir a linha de cinco homens que Schmidt mete a toda a largura bem dentro do bloco adversário, colocando-se defensivamente num 4x4x2 clássico que pecava pela falta de amplitude e deixava sempre via aberta de ligação entre os centrais – ou os médios a quem eles dessem a bola – e os rapidamente projetados laterais benfiquistas. O resultado foi um início de jogo com um Benfica mandão, a instalar-se bem dentro do meio-campo ucraniano e a dar desde logo a ideia de que era superior
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