Uma chicotada providencial
Em Setembro, em nono, a dez pontos do líder, o FC Copenhaga despediu o treinador que tinha sido campeão. Jess Thorup cedeu a vez ao adjunto, Jacob Neestrup, e os leões ainda ganharam a Liga.
“É claro que sonhava com isto”, contou Jacob Neestrup, o adjunto de 34 anos – fez 35 em Março – que em meados de Setembro foi chamado a substituir Jess Thorup, o treinador que tinha conduzido o FC Copenhaga ao título de campeão da Dinamarca na primavera anterior. “Se assinei um contrato de tão longa duração, seria desonesto dizer que não o fiz a pensar na sucessão. Mas com o que eu sonhava era com a hipótese de suceder ao Jess após um título e depois de ele ser contratado por um grande clube da Alemanha”, esclareceu o homem que uniu o balneário e conduziu a equipa a uma recuperação notável, que a deixou com a certeza matemática do título a uma jornada do fim. A notícia da conquista do troféu apanhou o grupo do FC Copenhaga no autocarro, a caminho da capital, vinda de Viborg, no norte da Jutlândia. Ali, os leões tinham ganho (2-1) à antiga equipa de Neestrup e, das duas uma: se, mais à noite, o Nordsjaelland ganhasse nos arredores da capital ao Brondby IF, teriam de se impor em casa ao Randers FC, na última ronda, para revalidarem o título; senão, seriam campeões mesmo antes de jogar. Ora o Nordsjaelland confirmou o final de época catastrófico que vinha protagonizando, nada consentâneo com o título da docussérie que a ViaPlay vinha fazendo, a acompanhar a equipa desde a Primavera – “A Caça ao Ouro” – e sucumbiu por 5-1. A mesma ViaPlay, que seguia o autocarro dos agora bicampeões, pôde testemunhar o “assalto” dos jogadores às arcas frigoríficas da primeira estação de serviço que encontraram. “O treinador não nos deixava festejar até o título estar garantido”, explicaram.