Um jogo de momentos
O FC Porto bateu o Leverkusen porque resolveu o jogo nos momentos certos: o do penalti defendido por Diogo Costa, a acabar a primeira parte, e o do primeiro golo, em contra-ataque de compêndio.

Não é todos os dias que se passa de um 1-0 para um 0-1. E, no entanto, era isso que podia ter sucedido ao FC Porto, que mesmo quase em cima do apito final da primeira parte do jogo em casa com o Leverkusen viu o VAR anular um golo a Taremi, porque no início da jogada David Carmo tinha metido a mão à bola... dentro da sua área. Em vez de celebrarem um golo numa partida fundamental para se manterem vivos na Liga dos Campeões, os dragões tinham pela frente uma grande penalidade que podia deixá-los em apuros. Nesse momento, valeu-lhes Diogo Costa, que defendeu o penalti batido por Schick. Faltava a outra parte da equação, que passava por marcar na outra baliza. E também isso foi resolvido, ainda que já na segunda parte, num contra-ataque digno de figurar nos manuais da especialidade. Um segundo momento de excelência num jogo que nem sempre foi consistente para a equipa do FC Porto, sobretudo quando teve de recorrer a um ataque organizado que continua a revelar-se insuficiente para as exigências.
Os dois momentos foram decisivos. O do penalti defendido por Diogo Costa, a segunda vez consecutiva que o guarda-redes levou a melhor sobre Schick, depois de já ter visto o checo atirar uma grande penalidade sobre a barra, na semana passada, na Liga das Nações, garantiu que a equipa portuguesa ia para o balneário sem punição para uma primeira parte sofrível, com problemas para segurar a largura utilizada no ataque pelos alemães. O do golo de Zaidu, num contra-ataque definido na perfeição, em 17 segundos, oito passes e um drible entre a recuperação de Pepe junto a uma área e o cruzamento de Taremi, na proximidade da outra, desbloqueou a questão da incapacidade ofensiva que a equipa ainda patenteava, deixando desde logo, a 20 minutos do final do desafio, a ideia de que os três pontos já não fugiriam. É que, entretanto, com a entrada de Otávio e a correção de posicionamentos a meio-campo, Sérgio Conceição tinha resolvido a parte defensiva da equação e o Leverkusen tornara-se uma equipa pouco mais do que inofensiva na frente. No final, ao golo de Zaidu somou-se mais um, de Galeno, na sequência de uma condução inteligente de Taremi, a trabalhar na perfeição o momento do passe para a conclusão. E o 2-0 deixa o FC Porto na luta pela qualificação, com Atlético Madrid e Leverkusen – isto partindo do princípio que os belgas do FC Bruges não vão desperdiçar os seis pontos de avanço que lhe conferiu o arranque perfeito, com três vitórias.