Um guia para a rotatividade
Quem roda mais e quem insiste nos mesmos? A análise aos tempos de jogo em todas as competições das 18 equipas da Liga permite identificar os treinadores mais abusadores e os mais desapegados.
Com o Inverno chegam as queixas dos diversos treinadores acerca da sobrecarga competitiva e percebem-se as diferentes estratégias para operar a sempre tão necessária como discutida rotatividade nos plantéis – realidade esta época “facilitada” pelos teste positivos à Covid, que à exceção de alguns casos de surtos, como o que afetou a B SAD e o que agora inibe o Estoril, têm levado ao isolamento seletivo de alguns jogadores de cada vez. Mas, afinal de contas, quem é que roda mais? E quem roda menos? Depende da perspetiva, mas as respostas mais acertadas a essas perguntas parecem-se ser as seguintes: quem mais tem rodado nos plantéis de I Liga em Portugal é o CD Tondela, ainda que com curta diferença para muitos outros, e quem menos roda é o Portimonense. Entre os primeiros, o mais agarrado a um mesmo núcleo é o FC Porto de Sérgio Conceição.
Claro que aqui se colocam duas questões suplementares. A primeira diz respeito ao conceito de rodar. O que é rodar? É alinhar com um onze completamente diverso quando se joga com uma equipa de dois ou três escalões abaixo, na Taça de Portugal, para apostar nos mesmos de sempre quando a competição aperta? Ou é ir mudando o onze com alguma regularidade, de maneira a que não haja nem jogadores sobrecarregados nem gente sem o necessário ritmo para responder quando for precisa? O meu critério é este último, porque se fossemos pelo primeiro, quem já usou mais jogadores esta época até foi o SC Braga, que teve 36 nomes diferentes em campo – ainda que destes 36, dez não tenham feito mais de 90 minutos e boa parte deles nem isso. A segunda questão é o desvio que pode ser introduzido nesta análise pelo total de jogos de uma equipa. Porque é muito diferente ter feito, até hoje, apenas 18 jogos (com um prolongamento) e 1650 minutos, como o Marítimo, a equipa menos jogada da nossa Liga, ou ter chegado aos 31 (igualmente com um prolongamento, ainda que com menos tempo do jogo com a B SAD, que não se concluiu) e 2777 minutos, como o Benfica, que foi quem passou mais tempo em campo.