Um clube com um plano
O Manchester City voltou a ganhar a Premier League e esta época juntou-lhe finalmente a sua baleia branca, a Liga dos Campeões. Fruto do dinheiro investido? Também. Mas não só. Ali também há um plano.
A série Reis da Europa vai no 22º episódio e, até aqui, nenhum campeão nacional utilizou tão poucos jogadores como o Manchester City: Pep Guardiola só colocou em campo 24 homens nas 38 jornadas da Premier League, o que de certa forma vem contradizer a narrativa segundo a qual aquilo no Ettihad é só fartura, porque o dinheiro do Abu Dhabi chega para comprar tudo o que o treinador quer. E é aqui que me respondem: “Não são precisos muitos, basta ter poucos, mas os mais caros, os melhores”. Pois bem, também essa versão da história cai por terra se olharmos para os números com um pouco de atenção. O Manchester City gastou muito dinheiro para fazer a equipa que tem hoje? É certo que sim. Mas não gastou mais do que o Manchester United ou o Chelsea. A diferença é que o fez de acordo com um plano, com critério. Tudo na equipa comandada por Pep Guardiola segue um guião. E esse guião é meio caminho andado para as vitórias, mesmo que o treinador continue a deixar que a inquietação permanente venha à superfície com mais frequência do que o desejável e o encaminhe no sentido do excesso de inovação que nem sempre é o meio mais direto para o sucesso. Este ano, por sinal, deu certo.