Um choque de escolas
O Sporting está latinizado, mais dado à posse do que à solidariedade defensiva e contra-ataque. Sofreu contra um SC Braga britanizado e empatou (3-3) com justiça após estar três vezes em vantagem.
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O SC Braga e o Sporting protagonizaram o primeiro grande espetáculo da Liga Portuguesa de 2022/23, empatando a três bolas na Pedreira, em jogo da primeira jornada. Frente a frente estiveram duas equipas sempre mais interessadas em ganhar do que em não perder, ainda que a ambas possam ser apontados claros defeitos nos aspetos defensivos do jogo. A primeira partida oficial deste novo SC Braga de Artur Jorge – e a última de Ricardo Horta pelo clube – foi feita de muita garra e espírito de luta, de muito confronto mas nem sempre de arte e qualidade a definir. Já a terceira edição do Sporting de Rúben Amorim confirma a tendência de esta querer ser uma equipa mais mandona, a jogar mais tempo em posse e ataque organizado, mas com claras insuficiências naquele que era o ponto forte das primeiras duas equipas deste treinador, o controlo defensivo das partidas.
Ontem, num jogo em que por mais de uma vez desperdiçou a oportunidade para obter uma vantagem mais confortável, o Sporting esteve na frente do marcador por três vezes, graças a golos de Pedro Gonçalves, aos 9’, de Nuno Santos, aos 18’, e de Edwards, aos 83’. E nas três ocasiões se deixou empatar, através de finalizações de Banza, aos 14’, de Niakaté, aos 45+1’, e de Abel Ruiz, aos 88’. Ainda que desde então tenham registado empates a três e a quatro golos ou até derrotas nas quais desbarataram avanços mais amplos, é necessário recuar até Setembro de 1958 para encontrar um jogo que os leões tenham deixado de vencer depois de estarem a ganhar por três vezes. E o adversário até foi o mesmo: na segunda jornada do campeonato de 1958/59, o SC Braga foi bater o Sporting a Alvalade por 4-3, depois de ter estado a perder por 1-0, 2-1 e 3-2. E se o jogo de ontem ainda acabou empatado foi porque, já em período de compensações, o guarda-redes Adán se opôs bem a uma investida do veloz Vitinha, desviando-lhe para canto o remate que, perante a desorientação leonina, podia ter dado os três pontos aos minhotos.