Um campeão de exceção
O The New Saints, de Gales, é um campeão de exceção. Porque é a única equipa profissional da Cymru League. Porque é também a única que joga fora em Inglaterra. E porque voltou a ser campeão em Março.
O campeão de Gales joga em Inglaterra, na cidade fronteiriça de Oswestry, mas a maior parte das memórias que temos de equipas galesas, sejam elas da passagem de Carlos Carvalhal pelo Swansea City ou, mais recentes, da série “Welcome to Wrexham”, que retrata a chegada dos norte-americanos ao clube e a volta deste à competição nacional, incluem-nas na pirâmide competitiva do futebol inglês. Confuso? Mas há mais. O The New Saints, ou TNS, ou Y Seintian Newydd, seja qual for a designação que preferirmos, que foi quem ganhou a última edição da Cymru League, veste listas horizontais verdes e brancas, usa um segundo equipamento azul e, no emblema, ostenta um leão e um dragão. Foi a forma que o clube encontrou de honrar todas as forças que o transformaram na maior potência da ainda assim recente Liga de Gales, uma competição onde a maioria dos clubes nem sequer é profissional e que só viu a luz do dia há 30 anos, para satisfazer todas as sensibilidades dentro do equilíbrio global da política futebolística do Reino Unido. Durante décadas, a Federação de Gales era a única na UEFA a ter uma seleção mas não um campeonato. Isso acabou, mas nem assim as melhores equipas galesas aderiram – preferiram continuar a sonhar com a Premier League. No equilíbrio geral do futebol europeu, o campeão de Gales é, por isso, incomparavelmente mais frágil do que a sua seleção.
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