Tricampeões da testosterona
Acusado de coação e influência nefasta na Federação, o KF Ballkani teve em Ilir Daja um farol capaz de resistir às manifestações de testosterona para conquistar o terceiro título seguido no Kosovo.
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O Kosovo é uma nação nova, arrancada às instâncias internacionais pela resistência albanesa ao domínio sérvio, e é normal que nestes casos, mais ainda numa região tão explosiva como os balcãs, as afirmações de testosterona sejam demasiado valorizadas. Foi o que sucedeu com o tricampeonato do KF Ballkani, equipa que superou o KF Llapi e o KF Drita durante uma temporada marcada por incidentes variados. Numa Liga em que, como aconteceu com Tahir Batatina, do KF Llapi, um treinador acha que a melhor maneira de responder aos apupos que ouvia dos adeptos rivais era começar uma flash-interview a fazer flexões ou onde é possível ver o diretor desportivo de um candidato ao título, como sucedeu a Valon Zymberi, do KF Drita, invadir o café do chefe da claque com dois capangas para o agredir, acabando detido durante 48 horas para acalmar, é mais ou menos normal que surjam acusações de coação física feitas por vários adversários a um clube que nos últimos anos se tornou dominante. Indiferentes a isso, os comandados de Ilir Daja não só voltaram a ganhar o campeonato como repetiram a presença na fase de grupos da Liga Conferência e um mercado lucrativo. Só garantiram o título na penúltima jornada, ganhando fora de casa ao KF Llapi (1-0), mas mesmo assim acabaram com o maior agregado pontual dos seus três anos como maior potência futebolística kosovar.