Triângulos na noite de Enzo
O jogo ficou fácil demasiado cedo para o Benfica, mas até isso acontecer deu para ver como é que Schmidt tenciona desmontar blocos baixos como o do FC Arouca. E houve um Enzo de recordes.
A entrada do Benfica na Liga foi forte, como forte tem sido todo este início de época da equipa de Roger Schmidt. Os 4-0 ao FC Arouca, no jogo de abertura do campeonato, espelharam uma noite que os encarnados conseguiram tornar fácil desde muito cedo, com um golo logo aos 8 minutos. Uma noite na qual Enzo Fernández encheu o campo, batendo um recorde de ações com bola, e onde, não tendo tido tanta gente em sobre-rendimento como na última terça-feira, contra o Midtjylland, o Benfica começou a dar resposta às dúvidas acerca da sua competência em ataque posicional. A forma como a equipa foi capaz de triangular sucessivamente junto aos bicos da área para bater a linha basculante de cinco homens que Armando Evangelista formava atrás deixou boas indicações acerca do crescimento de uma equipa cuja vertigem parecia indicar mais para situações de ataque rápido e contra-ataque. Fica a faltar um desafio – como responder a quem, além disso, também consiga atacar, coisa que o FC Arouca não fez ontem.
O jogo não foi de uma superioridade avassaladora dos encarnados, que fizeram golo, por Gilberto, no primeiro remate, logo aos 8’ – na verdade houvera um livre de Enzo à barreira, cinco minutos antes – mas tiveram depois de esperar mais de meia-hora pela tranquilidade, que veio num lance um pouco fortuito, numa recarga de Rafa, aos 42’, depois de um ressalto entre Opoku e Busquets ter permitido um cabeceamento de Gonçalo Ramos à barra. Nesses 34 minutos, é verdade que o FC Arouca também não tinha mostrado grande capacidade para ameaçar Vlachodimos, mas percebia-se que os visitantes tentavam deixar arrastar o 1-0 até ao momento em que pudessem arriscar um pouco mais, de forma gradual. E se o 2-0 foi um soco na estratégia de Evangelista, a expulsão do defesa-esquerdo Quaresma, aos 45’, deixou a equipa à beira de um “knock-out” que chegou na compensação da primeira parte, num golaço de Enzo Fernández. Com três golos de vantagem e a jogar contra menos um, o Benfica pôde gerir o ritmo, guardar energias para o calendário apertado que aí vem e dar minutos a alguns jogadores fora do onze titular, que Schmidt voltou a repetir. Weigl e Bah, por exemplo, já jogaram meia-hora, enquanto Chiquinho até tinha entrado ainda na primeira parte, este por lesão de João Mário.
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