Surpresa com toque ganês
O Petrocub interrompeu oito anos de domínio do Sheriff e impôs-se na fase final do campeonato da Moldávia graças a um investidor, um presidente e jogadores do Gana. A separação foi dolorosa.
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Quando o Sheriff chegou ao final da fase regular do campeonato da Moldávia em primeiro lugar, seis pontos à frente do Petrocub e do Milsami Orhei, tudo parecia encaminhar-se para o nono título consecutivo da equipa russófila da Pridnestróvia que tem mandado na Liga – e em toda a economia – do país. Mas o futebol na Moldávia tem uma particularidade estranha: as seis formações mais fortes da fase regular encontram-se outra vez na fase final, a de disputa do título, para jogarem todas contra todas, a duas voltas, mas com a conta a zeros. E, nos três longos meses de defeso invernal que separaram as duas partes da competição, o Petrocub fez-se valer do capital ganês que tinha entrado no clube e dos conhecimentos do presidente profissional que substituíra no cargo o histórico fundador Mihail Usatii. Yaw Nana Amponsah, ex-CEO do Asante Kotoko, o maior clube do Gana, foi o homem encarregue de zelar pelo capital investido pela Samaritan Investments – e foi à conta dele que naqueles três meses de Inverno o treinador Andrei Martin viu o plantel reforçado com valores como o guarda-redes Abalora ou o médio Abagna, titulares em toda a fase final. Com sete vitórias e três empates, o melhor ataque e a melhor defesa na parte decisiva da Liga, o emblema de Hincesti, cidade que fica 35 quilómetros a sudoeste da capital, Chisinau, chegou a um inédito título de campeão moldavo. A festa fez-se a 11 de Maio, mas em Julho, antes do arranque das rondas preliminares da Liga dos Campeões, já as partes se tinham separado, com acusações mútuas de desonestidade.