Rio Ave afunda FC Porto apático
Uma primeira parte péssima na entrega ao jogo deixou a nu carências táticas do FC Porto e afundou os campeões nacionais ante uma equipa do Rio Ave que trazia a lição muito bem estudada.

Uma primeira parte desastrosa, tanto do ponto de vista tático como da intensidade de jogo, deixou o FC Porto praticamente sem opções na visita a Vila do Conde, onde acabou por perder por 3-1 com o Rio Ave, permitindo a ultrapassagem do SC Braga no topo da tabela da Liga, à quarta jornada. Ao intervalo, os campeões nacionais já perdiam por 3-0, graças a dois golos de Aziz e um de Pedro Amaral, todos nascidos da acumulação de erros defensivos dos azuis e brancos, mas também da capacidade da equipa de Luís Freire para explorar as avenidas em que as sucessivas bolas descobertas iam transformando os corredores laterais portistas. Na segunda parte, Sérgio Conceição mexeu, o FC Porto surgiu mais vivo, ainda falhou um penalti antes de reduzir, já no período de compensação, por Toni Martínez, mas mesmo depois disso podia ter aproveitado o pânico e a quebra física da equipa da casa para forçar um empate que não merecia.
No final do jogo, Sérgio Conceição afirmou que nem ele nem os seus jogadores tinham sido “dignos de defender as cores do FC Porto”. “É vergonhoso para mim, como treinador do FC Porto, ter uma primeira parte destas. Fizemos uma falta na primeira parte! Isto não existe!”, concretizou o treinador portista, que voltou a queixar-se da falta de empenho da equipa, tal como já fizera em Vizela, em jogo que os dragões resolveram com um golo em cima do apito final (1-0). “Não podemos ter a intenção de pressionar na frente e de ser uma equipa que quer condicionar ao máximo a dinâmica do adversário e depois não sermos uma coisa nem outra”, disse ainda o treinador campeão nacional, claramente a apontar o dedo à passividade dos seus jogadores no trabalho sem bola. Já se sabe que o FC Porto respondeu às saídas de Vitinha e Fábio Vieira e à natural quebra de criatividade que elas implicaram reforçando a componente de pressão do seu jogo – se essa pressão não sai, a equipa fica exposta, mais ainda num esquema em que joga sem extremos nem médios-ala. E se o Rio Ave já vinha com intenção de explorar esse filão, mantendo sempre os laterais bem abertos em fase ofensiva, mesmo quando a bola estava no outro lado do campo, as facilidades que lhe foram dadas na construção por um adversário tão passivo como o FC Porto de ontem levaram à construção de uma vantagem inesperada e na qual até os próprios vilacondenses tinham dificuldades em acreditar.