Respeito e sobranceria
O Japão deixou de ser reverencial e derrotou a sobranceria alemã. A Espanha pôs em causa a climatização dos estádios no Qatar com a ventania que faz com o seu futebol. E Modric e Courtois brilharam.
Ficou viral, primeiro no TikTok e depois em tudo o que é rede social, um vídeo em que se viam os adeptos japoneses que estiveram no jogo de abertura do Mundial a recolher o lixo deixado nas bancadas por qataris, equatorianos e todos os que tinham ido ao estádio naquela tarde. Por que o fizeram? “Por uma questão de respeito pelo espaço”, respondeu uma das mulheres que meteram as mãos à obra assim que os demais integrantes da multidão prosseguiram com as suas vidas. O respeito às vezes até reverencial pelo outro é um traço civilizacional nipónico, mas não pode ser levado a extremos, sob pena de o preço a pagar acabar por ser demasiado alto. A versão futebolística do provérbio português que diz que “quanto mais te baixas, mais se te vê o rabo” esteve à vista no Alemanha-Japão de hoje, no qual Hajime Moriyasu teve de pôr de parte o excesso de respeito com que estava a tratar a equipa de Hans-Dieter Flick, para a surpreender com os dois golos que, vindos do banco, causaram mais uma enorme surpresa no Mundial. Em apenas oito minutos, já perto do final, Doan e Asano operaram a reviravolta frente à poderosa Alemanha, que durante largos minutos estivera por cima no marcador e no jogo mas que acabou por perder por 2-1.
Continue a ler com uma experiência gratuita de 7 dias
Subscreva a António Tadeia para continuar a ler este post e obtenha 7 dias de acesso gratuito ao arquivo completo de posts.