Regresso sofrido, mas com pontos
Pela terceira vez na Liga, o Benfica criou abaixo de um golo. Mas se nas outras duas, também após as paragens para as seleções, empatou em Guimarães e perdeu em Braga, agora ganhou ao Rio Ave.
O Benfica sentiu as dificuldades esperadas em Vila do Conde, contra um bom Rio Ave, mas deixou os Arcos com uma preciosa vitória por 1-0, que lhe permitirá encarar o clássico com o FC Porto, na sexta-feira, com dez pontos de avanço e uma boa perspetiva de acabar de vez com a discussão deste campeonato. A equipa de Roger Schmidt voltou a mostrar-se menos acutilante do ponto de vista ofensivo do que um adversário, algo que não lhe sucedia na Liga desde a última interrupção para os jogos das seleções. Se na altura, depois do Mundial, saiu de Braga com uma derrota por 3-0, a hiperbolizar até a sua inferioridade no índice de golos esperados (0,9 para 1,5), desta vez à sua diminuta produção ofensiva (0,8 para 1,4 de xG) fez corresponder uma suada vitória por 1-0, nascida de um golo pleno de rapidez de reação de Gonçalo Ramos, após um bom lance de João Mário na direita. “Estamos um jogo mais perto”, afirmou Schmidt depois da partida, realçando que a tarde tinha sido “difícil”. “Mostrámos que também conseguimos ganhar por 1-0”, salientou o alemão.
Este jogo foi apenas o terceiro de toda a Liga em que os encarnados acabaram com um xG abaixo de 1,0 – não criaram sequer o suficiente para fazer um golo, portanto. O último tinha sido a deslocação a Braga, na sequência do Mundial, e o primeiro a saída a Guimarães (xG de 0,4), na sequência imediata da primeira interrupção para jogos das seleções, em Setembro. É caso para se dizer que a equipa de Schmidt perde destreza a atacar quando os jogadores se ausentam durante estes períodos mais longos. E a verdade é que, mesmo tendo sido resolvido com o 1-0, logo a abrir a segunda parte, o jogo de Vila do Conde confirmou estas dificuldades. O Rio Ave organizou-se bem, a defender em 5x4x1, mas com boa pressão sobre a saída encarnada, fechando sempre os caminhos da baliza de Jonathan a um ataque encarnado que procurou mais largura do que o habitual mas que raramente desequilibrou a não ser em momentos de transição. Schmidt pôs o destro João Mário na direita e o esquerdino Neres na esquerda, quem sabe se em busca da exploração da largura e da fixação dos dois alas vilacondenses – Costinha e Fábio Ronaldo –, quem sabe se já em busca das tais situações de contra-ataque, quase sempre conduzidas pelo velocíssimo Rafa, que assim podia acelerar no corredor central e procurar o remate cruzado dos extremos. Foi nesse tipo de situações, aliás, que o Benfica criou mais lances de perigo, até porque a forma como o Rio Ave atacava segurava bastante Grimaldo.
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