Radiografia ao futebol de Roma
Os portugueses andam de olho na AS Roma de Mourinho, Patrício e, agora, Oliveira, mas é a Lazio quem vai estar à frente do FC Porto na Liga Europa. Como é o equilíbrio do edifício do futebol romano?
A atenção dos portugueses ao futebol romano tem estado esta época bastante mais centrada na AS Roma, equipa treinada por José Mourinho e onde jogam Rui Patrício e, desde a semana passada, Sérgio Oliveira. Mas vem aí o duplo confronto entre o FC Porto e a Lazio, a contar para a Liga Europa, o que leva o público nacional a olhar para a metade azul celeste da capital italiana. Afinal, quais são as diferenças entre “romanisti” e “laziale”? Qual dos clubes é maior? Quem tem mais adeptos? E qual é a equipa mais forte? Depende tudo do lado a partir do qual se vir a coisa, sendo mais ou menos consensual que os vermelhos e amarelos são mais, ainda que não necessariamente mais fortes.
Há, a esse respeito, uma série de mitos que não têm correspondência na realidade, ainda que possam ter onde se apoiar. Um deles, por exemplo, diz que a Lazio é a equipa dos fascistas da capital italiana, enquanto pela AS Roma estarão os romanos de esquerda. A origem desta convicção pode ter sido a celeuma provocada pela saudação fascista feita por Paolo di Canio, em 2005, aos “ultras” da Lazio, quando jogava no clube. Anos antes, tinha sido polémica uma tarja exibida pelos Irridicibili Lazio na Curva Nord do Olímpico, durante um dérbi, na qual se lia: “Auschwitz é a vossa cidade, os fornos as vossas casas”. Mas os maus comportamentos não são um exclusivo ‘laziale’: o mais famoso incidente verificado num dérbi da capital foi o tristemente célebre “homicídio Paparelli”. Aconteceu em Outubro de 1979, quando Vincenzo Paparelli, um mecânico de 33 anos que era adepto da Lazio, foi atingido num olho por um foguete de sinalização marítima lançado do setor romanista, acabando por morrer a caminho do hospital.