Os donos da bola: Europa (2024)
Podíamos pensar que a entrada de mega-investidores salvaria os clubes periféricos e lhes permitiria partilhar da pujança dos projetos principais, mas não é isso que resulta da análise à Europa.
Palavras: 7773. Tempo de leitura: 48 minutos
A multi-propriedade de clubes de futebol está cada vez mais na ordem do dia e vai ser um dos temas em debate nos aerópagos do futebol mundial nos próximos anos, porque cada vez mais os grandes grupos de investimento tentam diversificar as participações e construir estratégias que lhes permitam ter sucursais nos mais diversos mercados. A UEFA pode exercer poder no licenciamento dos clubes para as suas competições, mas mesmo nos casos em que não venha a verificar-se essa concorrência tida como desleal nas provas internacionais, a possibilidade de estar dos dois lados de uma negociação é claramente uma forma de desvirtuar o ambiente do futebol internacional. E para os clubes de mercados menos fortes, muitas vezes, a sugestão de entrada no seu capital de um mega-proprietário é visto como uma conquista. No entanto, a análise mais detalhada ao tecido societário dos 48 clubes que integram o Top 100 do ranking da UEFA sem estarem a jogar uma das cinco grandes Ligas ou a Liga Portuguesa – esses já integram outros textos desta série – permite verificar que são raríssimos os casos de clubes que estejam nesse tipo de multi-propriedade.
Encontramos o Olympiakos de Marinakis, também dono do Nottingham Forest (e com algum dinheiro já investido no Rio Ave), a Union Saint-Gilloise de Bloom e Muzio, que são donos do Brighton mas dividiram os clubes entre os dois, ou o Estrela Vermelha, que beneficia muito do dinheiro da Gazprom, igualmente dona do Zenit. Porém, esses são casos raros entre um ecossistema onde abundam clubes vistos como unidades de investimento exclusivo de gente que fez sucesso na vida, associações que ainda pertencem aos sócios e emblemas que são o feudo de empresários excêntricos e nem sempre comportados no total cumprimento de uma legalidade que em alguns regimes continua a não passar de uma miragem. Nos 48 parágrafos que se seguem, fica o extenso documento com a identificação dos donos de todos os clubes que neste momento ocupam um lugar no Top 100 do ranking da UEFA mas não integram as divisões principais de Inglaterra, Espanha, Alemanha, França, Itália ou Portugal. Do Ajax, que é 23º, ao Sivaspor, o 99º, pode ficar a conhecer muitos dos mais curiosos Donos da Bola na cena europeia.
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