Os atalhos de Gibraltar
Há um estádio para todas as equipas e não serve para as provas internacionais. Os campeões de Gibraltar têm de recorrer sempre a atalhos que no entanto não os afastam do objetivo: competir na UEFA.
O facto de haver uma Liga em Gibraltar, uma península que tem menos de sete quilómetros quadrados e que, no sul de Espanha, através do seu rochedo emblemático, guarda a entrada no Mediterrâneo, pode até parecer uma excentricidade. Todas as equipas jogam no mesmo estádio, um recinto à sombra do rochedo e ao lado do aeroporto, cujos planos de renovação têm sido sucessivamente adiados e são postos em causa pela comunidade local, que preferiria que o foco das autoridades fosse a resolução dos problemas de habitação naquele território britânico. Os adiamentos têm forçado os exílios da seleção no Estádio do Algarve – haja alguém que lhe dê uso... –, um dos atalhos que o futebol gibraltarino tem de cumprir para atingir objetivos. Tudo em Gibraltar é pequeno, mas isso não leva quem por lá joga a pensar curto: Bernardo Lopes, o português de Cascais que é capitão dos Lincoln Red Imps, quase crónicos campeões nacionais, podia ter-se acomodado ao facto de não ter obtido o sucesso de João Cancelo ou Bernardo Silva, que com ele estiveram nos juniores do Benfica, mas percebeu que havia caminho a percorrer e encontrou naquele clube e na seleção da sua nova pátria o atalho que o levou à afirmação.
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