O salto que falta
Há seis anos, Brendan Rodgers virou costas ao Celtic, insatisfeito com a falta de aposta no fortalecimento da equipa. Voltou esta época para ganhar em casa e, já se previa, falhar na UEFA.
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Quase nada mudou em Celtic Park com a saída do idolatrado Ange Postecoglu para assumir o Tottenham e o regresso de Brendan Rodgers. A equipa dos católicos de Glasgow continuou a ganhar tudo na Escócia, soma 12 dos últimos 13 campeonatos, conquistou mesmo mais uma dobradinha – a terceira em três tentativas feitas por este treinador – e fê-lo mantendo o 4x3x3 e a influência de jogadores do extremo oriente, uma via que tinha sido aberta pelo técnico australiano, mas as razões apontadas por Rodgers para virar as costas à administração em 2018 também estão ainda válidas. Basicamente, o que sucede é que Dermot Desmond, o dono do clube, e Peter Lawwell, o diretor-executivo, são excessivamente cautelosos. “Forretas”, poderia até dizer-se. Ao Celtic falta aquilo a que o próprio Rodgers aludiu em Novembro, quando a equipa perdeu com a Lazio e, a uma jornada do fim da fase de grupos da Champions, viu carimbado o afastamento da Europa, com a confirmação do último lugar. “Este plantel ganhou experiência e mostrou que pode competir, mas temos de lhe somar qualidade”, reconheceu o treinador. O problema é que a qualidade custa dinheiro – e o Celtic não quer gastá-lo.