O que mudou Lage no Benfica
O jogo com o Santa Clara mostrou um Benfica mais largo, com mais protagonismo de um dos médios, mas maior permeabilidade defensiva, apesar da menor propensão para a vertigem e do acerto de passe.
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O Benfica estreou no sábado o novo treinador, Bruno Lage, em substituição de Roger Schmidt, despedido após o empate em Moreira de Cónegos (1-1), da quarta jornada da Liga. Lage quase não teve tempo para trabalhar com o plantel, uma vez que o seu primeiro contacto com os jogadores aconteceu uma semana antes do jogo e muitos deles estavam nas suas seleções nacionais. Não é de estranhar, por isso, que grande parte das alterações detetáveis na estreia do novo técnico se tenham prendido mais com a mudança das caraterísticas dos ocupantes de algumas posições do que com uma inflexão de caminho tático face ao período de Schmidt ou com à adoção de novas rotinas e dinâmicas. O Benfica de Lage foi, sobretudo, o que o treinador pediu antes do jogo – quando disse que urgia “fazer crescer a equipa em termos ofensivos” – e o que ele enfatizou depois de ter ganho por 4-1 ao Santa Clara, quando repetiu à exaustão as referências ao “ambiente favorável” que a equipa encontrou junto dos adeptos. Melhorou no ataque, não só porque meteu como segundo médio um jogador como Kökçü, com mais risco face ao que fazia Barreiro, que ali jogava com Schmidt, mas também porque teve mais largura dada pelos extremos, que com o alemão jogavam sempre muito por dentro. Mas ao mesmo tempo tornou-se mais permeável a defender, sobretudo os momentos de transição, onde a distância entre setores se revelou um problema.