O presente envenenado
João Henriques sucedeu a Albert Riera como treinador do Olimpija Ljulbljana, campeão e vencedor da Taça da Eslovénia. O português passaria bem sem o circo que foram as últimas semanas do espanhol.
Cinco anos depois do último título – e dez anos depois do penúltimo – o Olimpija Ljubljana foi campeão da Eslovénia, com tanto à-vontade que se deu ao luxo de desperdiçar as últimas cinco jornadas, as que se sucederam à certeza matemática do campeonato, ainda por cima confirmado no clássico com o Maribor. Por um lado, os dragões verdes centraram-se na final da Taça – na qual depois se impuseram, pela quarta vez na época, ao seu maior rival. Por outro, o final de temporada foi penoso, marcado por um braço de ferro mais ou menos público entre a direção e o treinador, o espanhol Albert Riera, que um dia depois de terminar contrato, a 1 de Junho, foi substituído pelo português João Henriques. Riera, futebolista de classe antes de ser adjunto de Fatih Terim e Domenec Torrent, pôs a equipa a jogar um futebol vistoso, de posse e circulação, e continuou até final da época a dizer aos repórteres que lhe perguntavam se continuaria que não tinha proposta de renovação. Farto desse discurso, o clube esclareceu se retirara da mesa de negociações quando a equipa técnica disse que queria ganhar mais no novo contrato. Ora, se havia coisa de que o ex-técnico do Marítimo não precisava era de tanta polémica a rodear a sua entrada no maior clube da Eslovénia, ainda por cima em ano no qual terá de defender todos os troféus nacionais e no qual verá reforçada a componente lusófona no plantel: entre os campeões já estaviveram David Suahele, Rui Pedro e Samuel Pedro, na nova época este último saiu mas juntou-se-lhes o lateral Jorge Silva.