O preço da liberdade
O Tre Penne ganhou o mais fraco dos campeonatos da Europa, o de São Marino. E na UEFA já pagou por vir de tão frágil contexto: a liberdade de um país tão pequeno não gera grandes equipas.
O mais fraco campeonato de toda a Europa é o do terceiro mais pequeno país do continente, São Marino, mas só porque os dois que o antecedem nesta lista, o Mónaco e o Vaticano, não têm sequer competição organizada. O campeão de São Marino, um pequeno estado com uma área mais ou menos semelhante à da Ilha Graciosa, a segunda mais pequena do arquipélago dos Açores, entra todos os anos na ronda preliminar da Liga dos Campeões, com os detentores dos títulos das outras três nações que estão na base do ranking da UEFA – este ano Andorra, Montenegro e Islândia –, mas fá-lo geralmente para ser degolado sem piedade. Este ano, o Tre Penne, que saiu vencedor do campeonato terminado a 23 de Abril, estava a competir a 27 de Junho, mas já ficou ontem (1 de Agosto) fora das provas europeias, depois de ter acumulado três derrotas, um golo marcado e 17 sofridos, nas passagens pela Liga dos Campeões e, depois, pela Liga Conferência. Paga o preço da dimensão mas também daquilo que foi a herança de São Marino ao povo que conduziu ao topo do Monte Titano: a liberdade que está consagrada na bandeira do país.