O legado de Fernando Gomes
Fernando Gomes vai sair da FPF, mas antes de ir embora ainda foi visto, discreto, nos festejos de Teplice com que a seleção nacional feminina marcou o apuramento para o Europeu.
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Percebo que quando se junta na mesma frase a expressão “festejos da seleção feminina” e o sujeito “presidente da Federação” se tema o pior, alimentado pelo escândalo Luis Rubiales em Espanha. Mas não. Aqui, do que falamos é do bem mais apagado Fernando Gomes, que vai sair da Federação Portuguesa de Futebol no final do ano com trabalho feito mas sem sair da sombra. Na terça-feira, depois da vitória sobre a República Checa (2-1) com que Portugal carimbou a presença num terceiro Campeonato da Europa consecutivo, Gomes apareceu nas imagens televisivas, lá atrás, que é onde melhor faz o seu trabalho. O presidente cujo mandato fica marcado por inúmeros pontos altos, como as conquistas do Europeu e da Liga das Nações pela seleção masculina, e por um inegável ponto negativo, que foi o sarilho fiscal para onde a FPF conduziu Fernando Santos, sai com duas vitórias indiscutíveis da que tem sido a sua maior aposta nos tempos recentes: o futebol feminino. O bis de Diana Silva permitirá a presença da seleção no Europeu da Suíça, em 2025, já com outro presidente, mas antes, na sexta-feira da semana passada, a primeira mão do playoff, jogada no Dragão, já permitira que se atingisse a maior assistência ao vivo de sempre de um jogo entre mulheres em Portugal. Foram 40.189 espectadores, número até há pouco tempo inimaginável e impossível de atingir não fosse a promoção que a FPF vem fazendo do futebol entre mulheres. Disso, mas também da crise que se instalou no Sporting de João Pereira, das proezas do Botafogo de Artur Jorge e do sorteio do Mundial de clubes, onde vão estar o Benfica e o FC Porto, vos falarei na Entrelinhas desta semana.