O espaço de Griezmann
Foi muito a partir do espaço do médio ofensivo que a França construiu a vitória sobre Marrocos e acedeu à final. E aí defrontará a Argentina de um Messi maradoniano e de um Julián feito touro.
Foi mais difícil do que se esperava, sobretudo depois de um início empolgante, mas a França avançou mesmo para a final do Mundial, acabando com o sonho de Marrocos. O jogo não teve o Mbappé capaz de ensombrar as proezas de Messi na véspera, mas voltou a mostrar um Griezmann imperial, a encontrar o espaço que os portugueses – por exemplo – tinham desprezado: a partir das entrelinhas marroquinas, com capacidade para, caso pretendesse, ir buscar a profundidade. Uma escorregadela de El Yamiq foi o suficiente para dar a Griezmann o espaço nas costas que permitiu ao estratega francês causar o primeiro desequilíbrio sério e originar o golo de Theo Hernández. Mas seria tão injusto atribuir a vantagem prematura dos franceses ao erro do defesa-central extra que Walid Regragui inventou para reforçar a linha mais recuada da sua equipa como dizer que a eliminação portuguesa terá ficado a dever-se à defesa de Bono no cabeceamento de João Félix, logo a abrir o jogo dos quartos-de-final. Tal como Portugal mostrou sempre alguma incapacidade para entrar na organização marroquina, a França entendeu como podia fazê-lo: jogava em 4x3x3, abdicando de chamar fosse quem fosse para auxiliar os dois centrais em início de construção – pela frente só tinham En-Nesyri, quando este não se juntava aos médios – e optando antes por colocar Fofana e Griezmann, os dois médios que ladeavam Tchouameni, atrás da segunda linha magrebina. Foi a partir dali, do espaço de Griezmann, que a França começou a ganhar o jogo.
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