O City de Pep e o City do xeque
Pela frente, nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, o Sporting terá pela frente o colossal Manchester City. Mas de que City se trata? Do de Guardiola? Ou do do xeque Mansour? E se forem os dois?
O entusiasmo em torno das ideias futebolísticas de Pep Guardiola é legítimo, pois poucos terão sido os treinadores com uma influência tão marcada no Mundo do futebol, mas não é possível negar que muito do poderio atual do Manchester City, adversário do Sporting nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, tem relação direta com o capital investido pelo grupo do Abu Dhabi que transformou a metade azul de Manchester na capital mundial do mercado do futebol. Desde que foi tomado pelo xeque Mansour, em Setembro de 2008, o Manchester City gastou mais de dois mil milhões de euros no mercado, sensivelmente o dobro de Benfica e FC Porto juntos. E mais de seis vezes aquilo que foi gasto pelo Sporting no mesmo período de tempo.
Estava à espera de maiores diferenças? É provável que sim. Eu sou sincero: estava, até fazer as contas. Mas não se esqueça que há o lado contrário da balança de pagamentos, o das vendas – e aí os clubes portugueses, sem exceção, venderam mais do que compraram, enquanto que o Manchester City recebeu pouco menos de 700 milhões de euros através da libertação de jogadores. Ora isso mantém o saldo global das atividades de mercado do City num investimento superior a 1300 milhões de euros em jogadores. Em 13 anos. E se isso não bastasse para explicar o racional do negócio do clube, bastaria olhar para o investimento que tem sido feito pelas outras potências da Europa da bola. Quem mais se aproxima do City são o Chelsea de Abramovich e o FC Barcelona, que gastaram mais de 1700 milhões de euros cada um nestes 13 anos. Aí está a explicação para a situação depauperada em que se encontra o clube catalão, que ao contrário do gigante londrino não tem por trás o bolso sem fundo de um Abramovich.