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Avatar de Paulo Neves

Caro Tadeia, pois por achar que estamos numa Liga pobre e mal "vendida" é que sou adepto da entrada de grandes investidores nos nossos clubes (especialmente, nos 3 grandes). Já vamos tarde. Longe vai o tempo do sócio-pagador. Continuássemos nesse registo, sem sad ou sduq, e estaríamos hoje na segunda pré-eliminatória da Champions e muito mal no ranking da UEFA. É o mundo perfeito? Nada disso. Sabemos todos que o futebol é, infelizmente, tudo menos paixão. Porque quem manda quer lá saber que o adepto sofra e faça sacrifícios para acompanhar o clube do seu coração.

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Avatar de João Lopes

Os exemplos de investimento privado no futebol português, com uma maioria a ser adquirida por investidor externo, tem um rosto e chama-se Beira Mar. Todos vimos o que aconteceu e onde está hoje o Beira Mar.

Os clubes portugueses têm um problema que faz com que, irremediavelmente, apenas captem investidores de algibeira e pessoas de índole duvidosa que vendem mundos e fundos mas que entram no negócio do futebol mais para lavar dinheiro e com fins obscuros...O facto de que cá, os clubes pelam-se para encontrar investidores mas depois querem sol na eira e chuva no nabal. Querem que invistam milhões, paguem as dívidas e contratem jogadores, mas querem continuar a ter o controlo do clube. No fundo querem gerir o clube com o dinheiro dos outros, o que é insustentável. Quem investe quer controlar e não entregar a gestão a uma pessoa qualquer. Quem aceita investir nessas condições, desde logo demonstra que não entra de forma séria, e resulta, quase sempre, com clubes a serem enganados e a ficarem ainda pior do que estavam antes de entrar o alegado investidor.

O risco de entregar a gestão a um investidor externo, sem qualquer ligação emocional ao clube é muito grande, porque retira o poder de decisão dos sócios que são a alma do clube e gera situaçoes como as que vemos no Chelsea e no United. Em Portugal a nossa lei das sociedades desportivas confere sempre as ações de categoria A aos clubes, que garante o poder de veto do clube em algumas questões essenciais mas em questão de gestão do clube já fica mais complicado.

O nosso modelo em que se confere maioria ao clube é o mais apropriado. Mais do que um investidor para alavancar o nosso futebol, acredito mais em parcerias em que fique bem claro o que cada um tem a ganhar.

Não tenho dúvidas que para os clubes do sul da Europa o modelo de fundos de investimento com partilha de direitos económicos nos passes dos jogadores era um bom modelo ( desde que tivesse regras e fiscalização), para poder tornar os clubes mais portugueses mais competitivos, atacando mercados que normalmente não teriam capital e partilhando custos e proveitos das transações desses ativos.

Assim, quem investe tem a sua margem de lucro mas não entra na gestão dos clubes e não há o risco de se um dia decidirem sair o clube ficar na penúria e ao abandono.

Claro que a partilha dos direitos económicos foi proibida pela FIFA e UEFA porque as grandes ligas, principalmente a alemã, inglesa e a francesa não priorizavam esse tipo de investimento e não queriam ver os clubes de ligas do sul da europa a ganharem uma maior capacidade para competir, criando novos concorrentes. Daí que nem se deram ao trabalho de sequer regular os fundos, como não lhes servia os interesses, pura e simplesmente, proibiram-nos.

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