O camaleão na loja dos horrores
Foi horrível a exibição do FC Porto contra o FC Bruges, na Champions. Por mais que mudasse, Sérgio Conceição nunca conseguiu encontrar respostas para os desafios táticos colocados pelos belgas.
O FC Porto foi arrasado pelo FC Bruges (0-4), em casa, em jogo da segunda jornada da Liga dos Campeões, passando assim a ficar isolado no último lugar do seu grupo. Se uma semana antes, em Madrid, a equipa portista tinha até sido infeliz, desta vez, perante um adversário de menos cartel, foi uma sombra do que pode mostrar, acabando vergada ao que deve ter sido o seu pior resultado internacional em décadas. Este FC Porto está feito para a pressão e, se ela não existe, torna-se uma equipa banal, como ficou demonstrado neste jogo ou no de Vila do Conde. “Mesmo na pré-época, sem ter qualquer objetivo, não nos mostrámos desta forma como nos mostrámos hoje”, disse no final Sérgio Conceição, que durante a partida foi mudando posicionamentos e dinâmicas, mas nunca foi capaz de contrariar uma coisa muito simples: os jogadores não estavam para ali virados.
“Eu sei o que é que faltou”, prosseguiu o treinador portista. “Era um jogo de Champions. Um jogo em que essas caraterísticas, associadas à maturidade, têm de estar presentes. Porque senão, com todo o respeito pelo futebol belga e pelo FC Bruges, um clube belga vem a nossa casa fazer o que eles fizeram aqui hoje. Não é normal, não é habitual”, sintetizou o técnico portista. Conceição nunca identificou a falta de pressão e de intensidade como o problema da equipa em campo, mas das suas palavras ficou mais ou menos evidente que era disso que ele falava. Porque o losango portista, com amplo preenchimento do espaço interior mas um convite permanente a que os adversários explorem o vazio nas alas, precisa de pressão como os pulmões de oxigénio. Se não há pressão, se o adversário consegue ter mais vezes a bola descoberta do que coberta e sai a jogar à vontade, de nada servem os posicionamentos mais camaleónicos do losango portista, que desta vez experimentou várias versões, sempre sem sucesso. O que acontece é que os médios se veem como bombeiros a acorrer a vários focos de incêndio num mato sem controlo sempre que os adversários conseguem chegam com bola a zonas em que o FC Porto é mais vulnerável.
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