O ano da barriga cheia
Ao ganhar Liga espanhola, Supertaça e Champions, Ancelotti chegou "de barriga cheia" ao fim de uma época exigente. Em 2024/25, que já abriu com a Supertaça Europeia, caber-lhe-á evitar a indigestão.
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Há uns anos que as épocas do Real Madrid não se medem em função do que o clube faz na La Liga. Ser campeão nacional é importante, porque adia os sonhos do FC Barcelona voltar a consolidar-se no topo da hierarquia espanhola, como em tempos não muito distantes até terá conseguido de forma episódica, mas o dia do ano pelo qual todos os madridistas anseiam é o da final da Liga dos Campeões. Em 2024, a poderosa equipa da capital acabou por acertar na sorte grande e na terminação, tudo na Primavera. Já tinha batido o Barça na Supertaça jogada na Arábia, logo no Inverno, quando confirmou os sucessos na Liga, a abrir Maio, e na Champions, no primeiro dia de Junho. Tudo numa época em que viu recompensada a paciência revelada por Florentino Pérez ao decidir esperar um ano pelo próximo “Galáctico”, o francês Mbappé, e em que teve de superar uma crise de lesões graves altamente imprevisível sem recorrer ao mercado, como faria o Real Madrid de outras eras. Substituir o Bola de Ouro Benzema com o utilitário Joselu e depois deixar Carlo Ancelotti sem Courtois, Alaba e Militão, todos de fora na maior parte da época, sem ir ao mercado, pareceu uma inconsciência, mas acabou por ser a chave para a união de um plantel curto, em que a fogosidade de jovens como Bellingham ou Vinicius Júnior foi o complemento ideal para a sabedoria saída da experiência de veteranos como Kroos e Modric.