O agente hegemónico
Há quem fale da hegemonia do Maccabi Haifa, que se sagrou em Maio tricampeão de Israel. Mas o verdadeiro agente hegemónico é o treinador Barak Bakhar, que venceu seis dos oito últimos campeonatos.
O trabalho do treinador Barak Bakhar no futebol israelita tem sido tão apreciado que, em Janeiro de 2022, Ya’akov Shahar, o dono do Maccabi Haifa, rompeu com a tradição de 30 anos de liderança e lhe deu a possibilidade de renovar contrato por duas épocas. Nunca tal se tinha visto no clube desde que a chegada de Shahar o consolidou como emblema de topo. Afinal, Bakhar tinha uma carreira curta mas absolutamente meteórica: uma Taça de Israel no Ironi Kiryat Shmona, um tricampeonato no Hapoel Be’er Sheva e, à data da renovação do contrato, um título de campeão pelo Maccabi Haifa. Bakhar ganhou esse segundo campeonato, em 2022, e juntou-lhe mais um este ano, completando o segundo tri, o que faz dele seis vezes campeão de Israel em oito anos – e por dois clubes diferentes. Em Março começaram a circular vozes de que ele poderia sair no final da época – o que veio a acontecer. Bakhar vai, ao que se diz, ganhar cerca de um milhão de euros por ano no Estrela Vermelha de Belgrado, valor que é incomportável para o futebol israelita, tendo beneficiado da compreensão de Shahar, que nunca foi de cometer loucuras e o libertou do segundo ano de contrato. Só que, além do treinador, o Maccabi Haifa perdeu ainda o melhor goleador, o extremo Omer Atzili, e o médio que funcionava não só como pulmão da equipa mas também como principal agente da ligação do clube com a comunidade árabe que o apoia, o médio Mohammed Abu Fani. O campeonato que aí vem promete.