No fim, perderam os dois
Benfica e Sporting mostraram coisas boas no dérbi. Os leões impuseram a boa saída baixa, as águias belas ações de contra-pressão. Mas acabaram por ser as suas fragilidades a ditar que perdessem ambos.
Benfica e Sporting empataram a duas bolas no dérbi da 16ª jornada da Liga Portuguesa, na Luz. Foi um desafio bem jogado, no qual ambas as equipas foram capazes de mostrar aquilo que fazem melhor, mas onde foi igualmente possível ver-lhes debilidades. Arrancou melhor o Sporting, graças a uma saída baixa bem trabalhada, a inutilizar a primeira linha de pressão encarnada, mas acabou melhor o Benfica, assim que impôs a sua superior presença no último terço do campo, garantindo diversas ações de contra-transição que criaram brechas sobre brechas na organização defensiva verde-e-branca. Pelo meio, deu para ver um leão curto no plano das alternativas e uma águia sem capacidade para forçar o andamento quando viu que o rival estava de joelhos a pedir misericórdia. O empate ajusta-se bem, ainda que o facto de ter estado duas vezes em desvantagem e de, na verdade, mesmo o empate não lhe chegar, tenha levado o Benfica a superiorizar-se na segunda parte no plano estatístico, que ao intervalo mostrava equilíbrio.
O empate, na verdade, não satisfaz ninguém. O Benfica, porque viu aproximar-se SC Braga e FC Porto, ambos vencedores nesta ronda, e que estão agora a quatro e cinco pontos, quando há três jornadas, no reatamento da Liga, se situavam a nove e seis, respetivamente. O Sporting porque, já desenganado relativamente à luta pelo título – a derrota com o Marítimo, na jornada anterior, voltara a deixá-lo a 12 pontos do líder – viu a fundamental vaga direta na Champions ficar mais longe: está agora a oito pontos dos bracarenses e a sete do FC Porto, o que revestirá de importância fundamental os dois jogos em que vai receber esses rivais em Alvalade, em Fevereiro. “Estamos cada vez mais longe da Liga dos Campeões, mas temos essa ambição. Nada está perdido”, sustentou no final Rúben Amorim, treinador do Sporting. Do outro lado, o técnico do Benfica, Roger Schmidt, acentuou que nunca algo estivera ganho. “Ainda estamos na 16ª jornada e falta muito para podermos ser campeões. Sabemos que não vamos ganhar todos os jogos”, afirmou o alemão, que na partida de ontem quase não mexeu: até trocar Rafa por Chiquinho, aos 90+3’, só tinha feito uma substituição, chamando ao jogo o criativo Neres, deixado no banco por estar a regressar progressivamente de uma ausência por lesão.
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