No céu, está tudo bem
Hoje vamos da Holanda ao Eraserhead de David Lynch e da equipa do País de Gales aos mais escondidos campos da League One. E também há espaço para coisas boas, como o futebol do Equador.
Pode até ser do corte de cabelo, ou das camisas estranhamente abotoadas, do jeito ao mesmo tempo aprumado e desajeitado, mas sempre que olho para Louis van Gaal lembro-me de Jack Nance, o Henry Spencer do Eraserhead. Mas nunca achei que ume equipa de van Gaal se parecesse tanto com o bebé do filme de David Lynch como esta Holanda. O que quer que se lhe faça, sabe-lhe sempre a pouco e ela continua a chorar e a berrar por mudanças. Na primeira jornada, com o Senegal, com Janssen posicionado à frente de Gakpo e Bergwijn, a Holanda apareceu amarrada, ganhando sem convencer com dois erros do guarda-redes do adversário, já perto do fim. Na segunda, face ao Equador, com Gakpo e Bergwijn à frente de Klaassen, nem um golaço logo a abrir a libertou. Nos meus sonhos mais delirantes, vejo van Gaal pegar numa tesoura e cortar as ligaduras que amarram a equipa, que impedem os centrais de subir com bola e de dar um safanão na monotonia. Ao mesmo tempo, os apanha-bolas juntam-se e cantam acapela, com vozes celestiais, “In heaven, everything is fine”. Não vai acontecer. E o que nos devia desanimar a todos é que a Holanda amarrada vai cumprindo objetivos ao mesmo tempo que nos aborrece de morte.
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