Namaso e a matemática
Há um ano que o FC Porto não ganhava nos descontos na Liga. Na altura, celebrou um título. Agora vai fazendo de tudo para não o deixar fugir. Ontem ganhou com justiça a um Casa Pia bom mas curto.
Um golo de Namaso, aos 90+3’, valeu ao FC Porto uma justa mas muito sofrida vitória sobre o Casa Pia, no Dragão, por 2-1, mantendo a equipa azul e branca viva, ainda que agarrada à matemática, na cada vez mais difícil luta pela revalidação do título de campeão. Sabendo que o Benfica tinha goleado, na véspera, o Portimonense (5-1), os dragões só tinham um caminho para impedir que os encarnados se sagrassem desde já campeões nacionais, quando faltam duas partidas para o fim da competição. Era ganhar a um Casa Pia conhecido por uma forte organização defensiva e pela velocidade das suas transições atacantes. Um autogolo de Evanilson, a acabar a primeira parte, complicou a tarefa, mas uma aposta feroz de Sérgio Conceição na frente, com a troca de um defesa-central por mais um atacante, valeu a reviravolta. Os tentos de Taremi e Namaso redundaram na primeira vitória consumada para lá dos 90’ pelo FC Porto na Liga desde que Zaidu marcou ao Benfica, na Luz, em Maio de 2022. Na altura, o 1-0 soltou a festa da conquista do campeonato. Desta vez, o 2-1 veio pelo menos atrasar as celebrações com que os encarnados já sonham há semanas e que terão de esperar, pelo menos, mais uma.
O jogo foi muito difícil para um FC Porto que apareceu lento, desinspirado e muitas vezes à mercê de uma equipa do Casa Pia que, mesmo sem ambições – a qualificação europeia já não é sequer uma miragem – soube ser igual à sua melhor versão: uma organização defensiva de grande nível, comandada pelo experiente Vasco Fernandes, e uma transição ofensiva ainda mais bem conseguida, quase sempre com a bola a entrar na direita, em Soma, para terminar na esquerda, em Godwin, em contra-ataques que por mais de uma vez valeram situações de igualdade ou superioridade numérica aos gansos. Ao intervalo, a equipa de Filipe Martins foi para os balneários em vantagem, com sorte, é verdade, porque marcou num desvio infeliz de Evanilson – sem um golo na baliza certa, no campeonato, desde inícios de Novembro – mas talvez até com merecimento. Na segunda parte, porém, depois de se atrasar a reentrar em campo, o FC Porto mostrou que vinha diferente: mais rápido, mais intenso com e sem bola, a beneficiar também do desgaste dos homens da frente do adversário, cada vez menos capazes de fazer o vai-vem constante que mantinha o quarteto defensivo portista em sentido. Foi com a troca operada aos 56’, porém, que Sérgio Conceição abriu a porta da vitória. Não tanto por Verón, o atacante-extra que entrou, ter feito a jogada do golo do empate, marcado por Taremi um minuto depois, mas porque daí para a frente o jogo só teve um sentido, que foi o da baliza de Ricardo Batista.
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