Na selva com Carlos Queiroz
Década e meia depois dos 6-2 de Gama, Queiroz voltou a levar as mãos à cabeça, ao perder o guarda-redes em cima do qual repousa o equilíbrio de um Irão a viver enorme agitação. O resultado repetiu-se.
A última vez que me lembro de ver Carlos Queiroz levar as mãos à cabeça no banco foi num tão célebre quanto inoportuno Brasil-Portugal, marcado para Gama, em Novembro de 2008. O momento foi o do quarto golo brasileiro, que começava a dar corpo a uma goleada de 6-2 que Portugal acabou por encaixar e que levou o então selecionador nacional a proclamar que percebera quem podia levar “para a selva” com ele. As mãos de Queiroz na cabeça são, assim, uma espécie de antecipação do desastre. E hoje ele voltou a levar as mãos à cabeça, ainda com 0-0 no marcador, quando percebeu que ia perder o guarda-redes Alireza Beiranvand, após uma assustadora colisão com um dos três defesas-centrais que o treinador português colocara à frente dele para travar o poder ofensivo da Inglaterra. Beiranvand não será um guarda-redes superlativo, passou mesmo boa parte da época passada no banco do Boavista, mas a sua presença na baliza parece ser uma das forças de uma seleção do Irão que, já se viu, é muito limitada do ponto de vista atacante, de uma equipa inevitavelmente marcada pela agitação social vivida pelo seu povo, de um coletivo em que a inteligência de Taremi em campo não faz tudo. Essa capacidade para antecipar o jogo viu-se, por exemplo, no primeiro dos dois golos que o atacante portista fez nos 6-2 de hoje. Mas Queiroz precisa de mais gente além dele para poder sobreviver na selva que vai ser este Grupo B.
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