Jogo do dia: FC Porto-Milan
O FC Porto tem um histórico recente de muito sucesso contra equipas italianas e precisa de o prolongar para continuar a ter aspirações na Liga dos Campeões.
O regresso da Liga dos Campeões faz-se com uma série de jogos de cartaz, um dos quais a envolver uma equipa portuguesa. Naquele a que, por alturas do sorteio, muitos chamaram “grupo da morte”, FC Porto e Milan defrontam-se no Dragão (20h, Eleven Sports 1) na primeira de duas partidas que certamente selarão o destino de uma das equipas – ou até das duas. Os portugueses chegam à terceira jornada com um ponto, enquanto que os italianos ainda nem pontuaram, pelo que olharão seguramente para os dois jogos que se seguem como oportunidade única para se juntarem à carruagem da frente, onde seguem o Liverpool FC (seis pontos) e o Atlético Madrid (quatro).
O FC Porto chega a este jogo com um bom histórico recente, tanto frente a equipas italianas como na fase de grupos da Liga dos Campeões. Se sempre que trouxe o emblema a esta prova Sérgio Conceição alcançou pelo menos os oitavos de final – foi segundo do grupo em 2017/18 e 2020/21 e ganhou mesmo esta fase em 2018/19 – também tem sabido servir-se a contento da experiência que adquiriu como jogador em Itália para levar a melhor sobre os opositores transalpinos. No ano passado, o FC Porto eliminou a Juventus (2-1 em casa e 2-3 fora, após prolongamento) e já em 2018/19 tinha afastado a AS Roma (1-2 fora e 3-1 em casa, também no tempo extra). Antes da chegada de Conceição, a equipa comandada por Nuno Espírito Santo começara por impedir que os romanos chegassem à Champions (1-1 em casa e 3-0 fora), mas para depois cair face à Juventus nos oitavos-de-final (duas derrotas, por 0-2 e 0-1). E em 2013/14 o FC Porto de Luís Castro afastou o SSC Nápoles da Liga Europa, com 1-0 em casa e 2-2 fora, fazendo com que os dragões tenham sido bem sucedidos em quatro das últimas cinco eliminatórias contra italianos.
Estas duas equipas defrontaram-se já nove vezes, seis delas em fases de grupos, com duas vitórias do FC Porto, um empate e três sucessos do Milan. O último confronto direto data de Agosto de 2003, quando o FC Porto de José Mourinho, que acabara de ganhar a Taça UEFA e ia a caminho da vitória na Liga dos Campeões, perdeu a Supertaça Europeia para o Milan de Carlo Ancelotti, graças a um golo de Shevchenko. Rui Costa jogou nesse dia pelos italianos e até fez o cruzamento para o golo decisivo. Antes de tudo, em 1979, o FC Porto eliminou o Milan da antiga Taça dos Campeões Europeus, empatando a zero em casa e ganhando por 1-0 no San Siro, com um golaço de Duda que se tornou lenda. Essa foi, aliás, a única vez que o Milan foi eliminado por oposição portuguesa. Antes disso, tinha ganho a final da Taça dos Campeões Europeus ao Benfica (2-1 em 1963), afastado a CUF da Taça das Feiras, em 1965 (mas só em terceiro jogo), e depois eliminou o Sporting da Taça UEFA, em 2001, e o Rio Ave no playoff da Liga Europa da época passada (e só nos penaltis).
Este Milan é atualmente segundo na Série A, a dois pontos do líder, que é o SSC Nápoles – nesse aspeto está como o FC Porto, que é segundo na Liga Portuguesa, a um ponto do líder, que é o Benfica. Os italianos só perderam dois jogos esta época, ambos na Liga dos Campeões, e ambos pela margem mínima: 2-3 em Anfield com o Liverpool FC e 1-2 em casa com o Atlético Madrid. Os últimos dois jogos ganharam-nos também por um golo apenas, mas precisando de marcar três vezes: 3-2 em Bergamo à Atalanta e em casa ao Hellas Verona. Aliás, o Milan fez golos em todos os jogos desta época e já não fica em branco há doze partidas, desde o 0-0 em casa com o Cagliari, em Maio. Em sete dos dez jogos da equipa de Sandro Pioli esta época, ambas as equipas marcaram, o que equivale a dizer que só em três é que os rossoneri mantiveram a baliza inviolada.
O FC Porto de 2021/22 também ainda só perdeu internacionalmente, ainda que o tenha feito com estrondo: 1-5 em casa com o Liverpool FC, na Champions. De resto, são sete vitórias e três empates, todos fora: 0-0 em Madrid com o Atlético, 1-1 em Alvalade com o Sporting e no Funchal com o Marítimo. Nota para o facto de também o FC Porto ter sofrido golos em seis desses onze jogos e de em cinco deles isso ter acontecido nas primeiras partes. O Milan, no entanto, parece ter invertido recentemente a tendência que revelava esta época, de chegar ao intervalo dos seus jogos em vantagem. Aconteceu-lhe isso nas duas partidas da Liga dos Campeões – ainda que depois tenham perdido ambas – mas, tudo somado, só chegou ao descanso na frente em dois dos últimos seis jogos.