Há jogar, criar e marcar
O SC Braga-FC Porto teve mais futebol do SC Braga, mais ocasiões de golo do FC Porto mas nem um golo para amostra, deixando toda a gente frustrada e mais longe do Benfica na tabela.
SC Braga e FC Porto empataram a zero, em jogo da 25ª jornada da Liga, perdendo ambos mais dois pontos para o Benfica na corrida ao título e ficando também vulneráveis à aproximação do Sporting, que adiou o seu jogo com o Gil Vicente mas continua a poder aspirar a uma vaga na Liga dos Campeões. Os dragões, que defendem a Liga conquistada na época passada, tiveram sempre menos volume e iniciativa de jogo, foram na maior parte do tempo empurrados para as imediações da sua área, mas acabaram por beneficiar de mais e melhores situações para desfazer o nulo, que subsistiu e os deixa agora a dez pontos dos encarnados, que na véspera tinham batido o Vitória SC por 5-1, na Luz. O jogo de Braga foi um excelente exemplo de uma partida intensa e muito bem disputada, na qual a superioridade territorial e a maior dose de iniciativa de uma das equipas não teve a devida correspondência na criação das situações mais flagrantes de golo. O SC Braga cresceu acima dos campeões em todos os parâmetros estatísticos à exceção de um, pois foram estes quem acabou com um melhor índice de golos esperados (xG): apesar de terem feito 14 remates contra cinco e de terem tocado 26 bolas contra 12 na área do adversário, os minhotos acabaram com um xG de apenas 0,8, contra os 1,1 dos dragões.
“Uma equipa grande, com as oportunidades que criámos nos últimos dois jogos, não pode ter dois jogos seguidos a zero”, lamentou-se no final Sérgio Conceição, aludindo ao 0-0 com o Inter, que lhe custou o afastamento da Liga dos Campeões, antes de constatar que “o golo está caro”. Conceição pensaria sobretudo em duas situações, uma a abrir e outra a fechar a partida. Na primeira, logo aos 11’, Otávio viu o contra-movimento de Taremi no ataque ao espaço atrás da linha defensiva bracarense e meteu-lhe a bola à frente, mas o chapéu feito pelo iraniano a Matheus saiu ao lado da baliza que este guardava. Na segunda, aos 86’, foi a vez de Evanilson receber de Galeno e, passando por Al Musrati e Niakaté com um drible para fora, enviar o remate ao lado na tentativa de o colocar fora do alcance do guarda-redes. O SC Braga não teve tão boas situações para marcar – as melhores, perderam-nas Ricardo Horta, aos 55’, num remate da zona da meia-lua que saiu ao lado, e Pizzi num contra-ataque lançado pelo seu guarda-redes, aos 90+4’, que bem podia ter sido o golpe de teatro na partida, numa altura em que eram os dragões quem mais buscava o golo. O internacional optou por tentar o passe para Banza, em vez de rematar ele mesmo, quando já estava frente a Diogo Costa, permitindo dessa forma o corte de Marcano. O defesa espanhol celebrou o corte de punho cerrado, mas o jogo acabou ali mesmo e o resultado não era algo que os portistas pudessem festejar. O bicampeonato ficou mais longe.
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