Gestão em velocidade
A gerir o plantel, o Benfica entrou a perder, beneficiou de um erro crasso de Jhonatan para consumar a virada mas acabou por justificar a vitória sobre o Rio Ave com uma primeira parte de alto nível.

Não foi isenta de soluços, a oitava vitória do Benfica na Liga, obtida frente ao Rio Ave, por 4-2. A começar logo na forma como os visitantes aproveitaram um contra-ataque muito bem desenhado desde trás para se colocarem em vantagem, na primeira vez que chegaram à área de Vlachodimos, aos 5’. Na tarde em que Roger Schmidt fez, pela primeira vez esta época, rotação à séria, abdicando de cinco dos seus habituais titulares, o momento podia ter complicado uma tarefa que a vitória da equipa vila-condense frente ao FC Porto já anunciava como difícil. Mas não: uma primeira parte de alta rotação, com 20 remates e um índice de golos esperados (xG) parcial de 2,7, valeu ao Benfica a virada no marcador, ainda que com a inusitada colaboração do desatento Jhonatan, que entrou com a bola pela baliza adentro no lance do 2-1, menos de 15 minutos depois do golo de abertura. Um bis de Gonçalo Ramos e o 3-1 que se verificava ao intervalo permitiram que o Benfica baixasse o ritmo nos segundos 45 minutos e que Schmidt desse ainda descanso a mais três titulares habituais, que estava bem segura a vantagem de três pontos com que o líder entrará no Dragão, para defrontar o FC Porto, na próxima jornada.
Se de início já abdicara de Bah, Grimaldo, Florentino, Neres e Rafa, Schmidt fez sair Enzo e Gonçalo Ramos ao intervalo e repousou João Mário nos últimos 20 minutos. Bem vistas as coisas, entre os titulares habituais, só Vlachodimos e os centrais, António Silva e Otamendi, tiveram de fazer os 90 minutos de uma partida na qual Draxler entrou de início mas esteve ainda abaixo dos restantes companheiros. Ristic e Diogo Gonçalves foram, entre os habituais reservistas, quem melhor aproveitou o jogo, dinamizando muito bem o corredor esquerdo no plano ofensivo. Quem mais se destacou, no entanto, ainda foram o cerebral João Mário, desta vez a jogar pela direita, o rotativo Enzo, sempre muito assertivo no plano ofensivo, e o ponta-de-lança Gonçalo Ramos, que chegou à dezena de golos na equipa principal, superando o seu anterior máximo numa época inteira – e estamos a começar Outubro. O Rio Ave entrou na Luz cheio de boas intenções, que se viram no lance com o qual se adiantou no marcador, mas nem se percebeu durante a primeira parte se tinha ou não argumentos para discutir a partida, que decorreu sempre em direção às redes de Jhonatan. Será fácil crucificar o guarda-redes pela forma como marcou, na própria baliza, o segundo do Benfica: foi um erro flagrante, que a bola nem sequer vinha difícil e Jhonatan levou-a para as redes, mas isso não equivale a dizer que o recurso à sua ação com os pés tenha sido um erro do treinador – foi nele, por exemplo, que começou o lance do golo com que Fábio Ronaldo abriu o marcador.