FAQ sobre o Substack
A conselho de um amigo, elaborei um artigo com respostas às dúvidas mais frequentes acerca da minha atividade no Substack. Elas foram sendo publicadas no final dos artigos e estão aqui reunidas.
O que é o Substack?
O Substack é uma plataforma híbrida de envio de newsletters e artigos por Mail a quem optar por subscrever, que providencia ao mesmo tempo uma ‘landing page’ aos autores, como se de um site se tratasse, permitindo assim também a leitura, ‘via browser’, a quem não é subscritor. Do ponto de vista do criador de conteúdos, o Substack tem duas enormes vantagens. Primeiro, ao garantir a entrega dos artigos a quem subscrever, faz-nos depender menos dos algoritmos das redes sociais, que há anos passaram a esconder posts com links que enviem o utilizador para fora dessas mesmas redes. Depois, permite a cobrança de assinaturas Premium, tornando a nossa atividade menos dependente de receitas de publicidade que crescem com a viralização, levando na maior parte das vezes a busca do clique a penalizar a qualidade e a seriedade dos conteúdos.
E estás no Substack porquê?
Porque apesar de muitos de vós conhecerem sobretudo o meu trabalho como comentador de televisão, o meu mundo sempre foi o do jornalismo escrito. Gosto de escrever e ainda não perdi a esperança de um dia voltar a fazer vida disto.
Para ler os textos tenho de ser subscritor?
Não, ainda que essa seja a maneira mais fácil e segura de o fazer sem falhar uma atualização. Os subscritores, sejam eles gratuitos ou pagantes (Premium) recebem os conteúdos a que têm direito no Mail em que fazem as subscrições. Mas mesmo entre subscritores há quem prefira inabilitar o recebimento de Mails e ir ler à fonte, isto é, ao site onde está tudo alojado, que é o https://tadeia.substack.com. E o Substack identifica a identidade (Google ID) de quem está a tentar entrar, dessa forma dando (ou negando) o acesso aos conteúdos, consoante se trate de um subscritor Premium ou de um gratuito.
Qual a diferença entre a subscrição Premium e a gratuita?
Começa por ser o facto de a primeira ser paga e a segunda, tal como o nome indica, não. A subscrição gratuita não implica quaisquer custos. A subscrição Premium pode ser mensal (custa cinco euros por mês) ou anual (50 euros por ano, com dois meses de borla por conta de uma fidelização mais prolongada). Se quiserem mesmo muito apoiar o meu trabalho, podem ser Super Patronos e escolher pagar um montante superior por uma subscrição anual. As diferenças, depois, têm que ver com níveis de acesso. Os gratuitos só conseguem ler por inteiro os textos do Último Passe, a minha crónica diária, e mesmo assim fazem-no com umas horas de atraso, pois o Mail para eles só segue às 18h. Além disso, recebem ainda o primeiro parágrafo dos outros textos, que são exclusivos dos Premium, para poderem avaliar caso a caso se lhes faz sentido um upgrade. Os Premium recebem o Último Passe logo de manhã, mas também todos os outros textos que escrevo e vídeos que faço. Têm ainda acesso total ao arquivo do meu Substack e podem comentar os textos e os vídeos. Acresce ainda que podem aceder ao meu canal de Telegram, onde coloco os textos em formato áudio, para poderem ouvir enquanto cumprem as vossas tarefas do dia-a-dia. E têm uma vaga no meu servidor de Discord, onde as várias salas de conversação são permanentemente alimentadas por uma comunidade formada por outros subscritores interessados em debater futebol (e não só).
Como posso entrar no canal de Telegram?
Atenção que há por aí muita coisa falsa, que usa a minha imagem para vender serviços de apostas desportivas. Não sou eu. Nem posso, aparentemente, fazer nada para parar isso. Mas ficam desde já a saber uma coisa: qualquer canal de Telegram que vos cobre mensalidades ou joias de entrada não tem nada que ver comigo, que o meu canal é só para subscritores Premium do Substack mas depois é inteiramente gratuito. Além de que só tem uma coisa, que são os áudios dos meus textos, lidos por mim, para que vocês possam ouvi-los enquanto cumprem outras tarefas do vosso dia-a-dia. Para entrar no canal, têm duas maneiras. Uma é recorrer a um motor de busca e procurar por “António Tadeia Telegram”. A outra é usar um dos botões de acesso ao meu canal de Telegram que seguem em todos os textos que são exclusivos para subscritores Premium. Seja qual fora a opção, irão sempre dar a uma sala de entrada, onde eu faço uma verificação adicional e vos peço o endereço de Mail associado à vossa subscrição, para garantir que só os subscritores Premium têm, de facto, acesso aos áudios.
E o que é isso do Discord?
O Discord é uma plataforma social de texto e voz que permite a criação de salas de conversação em servidores personalizados. Tenho o meu próprio servidor de Discord, ao qual os subscritores Premium do meu Substack podem aceder, utilizando o botão de acesso que vai inserido em qualquer texto exclusivo para eles. Tal como no caso do Telegram, é possível aceder ao servidor de outras formas, mas esse acesso limita-se, em primeira análise, a uma sala de entrada. Só depois de validados por mim é que os utilizadores podem entrar nas salas de conversação. E temos várias salas, divididas por tópicos: há salas diferentes para debater a atualidade de cada clube, da seleção, do futebol internacional, de outras modalidades e até para falar de cinema, fantasy ou investimentos. Foi na comunidade do Discord que nasceu a ideia de fazermos almoços-convívio como os que fizemos (um no Porto e outro em Lisboa) neste Natal. E já em 2025 apareceu ali mais uma inovação: um canal de voz para os utilizadores poderem conversar antes, durante e depois dos jogos.
E como entra aí o Futebol de Verdade?
Já tive muita gente, nas redes sociais, a dizer-me que é subscritor Premium do Futebol de Verdade e, na maior parte dos casos, já nem explico que isso não existe. Não há subscrições Premium do Futebol de Verdade. O que há é subscrições Premium do Substack que dão sempre algumas vantagens no Futebol de Verdade. O Futebol de Verdade é o meu programa de YouTube, mas nasceu no Facebook, em 2019, como primeira tentativa de “dar alguma coisa” ao algoritmo, a ver se ele não me escondia tanto as outras publicações, as que podiam eventualmente gerar tráfego (quando eu ainda tinha o site e dependia da publicidade) ou subscrições (quando mudei para o Substack e passei a depender do subscritor-pagador). O programa teve várias fases, consoante a minha estratégia. Neste momento está em suspenso. Até ao mês passado estava a fazer edições curtas (de cinco a sete minutos) após os jogos dos candidatos ao título, que ficavam disponíveis para toda a gente no YouTube e para subscritores Premium no Substack. Estes tinham ainda direito em exclusivo a um vídeo por semana, um pouco mais longo, com análise a partir de números. Os diretos, que já foram para toda a gente e depois passaram a ser restritos a subscritores Premium, estão suspensos, mas vão voltar em breve, provavelmente ainda neste mês de Fevereiro, mas sempre exclusivos para subscritores Premium, seja no próprio Substack ou no Discord (ainda não decidi, que a decisão tem que ver com pormenores técnicos). Portanto, não há subscritores Premium do Futebol de Verdade - embora possam inscrever-se, gratuitamente, no meu canal de YouTube e ser avisados por lá sempre que publico um vídeo aberto a todos. O que há é subscrições Premium do Substack, por onde recebem muito mais do que o Futebol de Verdade.
Saíste das redes sociais?
Não. Continuo a ter conta no Facebook, no Instagram e no Twitter. O que deixei foi de publicar posts com os textos que saem no Substack e de responder a comentários que façam por lá. Deixei de fazer posts com os textos porque, em qualquer dessas redes, eles traziam cada vez menos gente para a leitura. E o meu objetivo aqui é, primeiro, levar-vos a ler o que escrevo e, depois, eventualmente, discutir os temas com quem leu. Ora o que acontecia nas redes sociais é que os algoritmos começavam por esconder os posts, que tinham um alcance cada vez menor. Além disso, era cada vez mais flagrante que quem por lá comentava não tinha lido sequer o parágrafo de lançamento até ao fim, quanto mais o texto. Está tudo bem. Promover o debate ali é o negócio dos donos das redes sociais e quanto mais irracional for esse debate melhor para eles, porque leva a mais réplicas e contra-réplicas. Eu é que não tenho de contribuir para isso, até porque discutir um texto com quem não o leu é das coisas mais exasperantes e esgotantes que pode haver - e essa é a razão pela qual deixei de responder a comentários lá. Achei que a melhor maneira de promover a leitura e de discutir os temas com seriedade passava por limitar a partilha dos posts ao Substack e ao Notes, onde continuo a responder-vos, e a estar à vossa disposição no Discord. No Facebook, no Instagram e no Twitter estou como observador, mas na verdade gasto lá cada vez menos tempo que depois me faz falta para ler e escrever mais.
O que é isso do Notes?
O Notes é uma espécie de rede social, que pertence ao Substack, mas com uma grande diferença para as outras: é que tem um algoritmo que favorece a colocação de links e de conteúdos que remetam para leituras mais demoradas. É tudo negócio, sim. E o negócio do Substack está em levar-vos a subscrever. Mas no fundo é o negócio que se adequa mais ao que são os meus interesses também. Se no Twitter ou no Facebook o que se quer é que as pessoas por lá fiquem a discutir infinitamente o sexo dos anjos, no Notes o que se pretende é que as pessoas vão ler e, eventualmente, se gostarem do que leram, subscrevam. É por isso que estou no Notes e deixei de alimentar o Twitter e o Facebook. O Notes é acessível através da App do Substack, mas também através do site onde estão alojados os meus conteúdos (como podem ver a segunda entrada no menu de topo remete-vos para as publicações que fiz por lá). Se preferirem não ser subscritores sequer gratuitos, para não terem de receber os Mails, mas quiserem na mesma estar em dia com o que por aqui vou escrevendo, podem seguir-me no Notes.
É possível pagar só por um texto ou tenho de fazer uma subscrição mensal?
Não é, infelizmente, possível pagar só por um texto, que o Substack não permite (ainda) micro-pagamentos. Mas se tudo o que lhe interessa é apenas um texto tem sempre a opção da leitura de cortesia. Se ainda não a utilizou, há-de aparecer-lhe em todos os conteúdos exclusivos para subscritores Premium a opção de desbloqueio de um texto por cortesia. Pode ler esse até ao fim sem pagar nada - depois creio é que não pode voltar a usar essa hipótese, pelo menos na mesma Google ID. De qualquer modo, a subscrição mensal não é cara: são apenas cinco euros por um mês, com a possibilidade de ler todos os textos que estão no meu arquivo - e são, à data de hoje, 17 de Janeiro de 2025, mais de três mil.
Como posso pagar a subscrição? Pode ser por MBWay?
Há várias formas de pagar a subscrição mas, infelizmente, o MBWay ou o PayPal não são uma delas. Digo infelizmente porque isso tornaria o processo bem mais prático. As subscrições podem ser pagas através da utilização de qualquer cartão de débito ou crédito ou, em alternativa, por transferência SEPA. O processo é inteiramente seguro e, em mais de três anos, só tive uma contestação, vinda de um leitor que não sabia que o sistema tinha renovação automática e, por isso, foi apanhado desprevenido. Mas mesmo esse leitor recebeu o dinheiro de volta. O que há mais é casos contrários, de leitores que me escrevem a dizer que querem renovar mas que as renovações estão a esbarrar em medidas de segurança postas em prática pelo Substack ou pelos seus bancos. Ainda assim, como sei que muita gente resiste a deixar os dados dos seus cartões bancários online, pode usar aplicações como o MBWay para criar cartões provisórios, de utilização única ou com plafond limitado ao valor da subscrição, o que desde logo impede quaisquer problemas.
O que é isso da renovação automática?
As subscrições têm prazo da validade. Podem ser mensais ou anuais. A não ser que as cancelem, o que é muito simples de fazer, quando acaba o prazo elas renovam de forma automática. Quer isto dizer que se fizerem uma subscrição mensal, a não ser que cancelem a renovação (ou que tenham inserido um cartão de utilização única, com plafond máximo ou de uma conta onde não tenham dinheiro), no final do prazo o Substack cobra a renovação e estende a subscrição por mais um mês. A boa notícia, na perspetiva do utilizador mais desatento, é que mesmo que o Substack não consiga cobrar a renovação, não perdem imediatamente os privilégios de subscritor Premium. Após a primeira tentativa de cobrança fracassada, o Substack mantém o subscritor como Premium por mais aproximadamente duas semanas. Só à quarta tentativa fracassada de cobrança vos devolve à condição de subscritor gratuito, assim vos dando tempo de corrigir qualquer problema na conta ou com o cartão (expiração, sobretudo).
E para aceder aos conteúdos tenho de os receber no Mail?
Não necessariamente. Há quem não goste de ter a caixa de Mail inundada pelas coisas todas que subscrevem, mas o Substack permite várias modalidades. Se o que querem é aceder aos conteúdos gratuitos, não precisam sequer de subscrever. Basta lembrarem-se de ir a https://tadeia.substack.com com regularidade e verem o que lá está. Como o mais certo é não se lembrarem, mais vale subscreverem, de facto, que assim recebem os conteúdos no Mail. Se o que querem é aceder aos conteúdos Premium, a vossa Google ID passa a ser identificada como subscritora Premium e conseguirão abrir esses conteúdos em qualquer dispositivo - desde que nele estejam identificados com essa Google ID. Também aí têm a possibilidade de inabilitar a receção de Mails. Isto é, são subscritores, acedem aos conteúdos sempre que quiserem, mas pedem ao Substack que não vos mande Mails.
O Futebol de Verdade deixou de estar disponível em Podcast?
Sim. Entendo que muitos de vós preferem a versão em áudio e não é só para não me verem: é porque vos gasta menos dados e se torna mais fácil de ‘consumir’, até na rua. Mas, como vos disse acima, o Futebol de Verdade está em mutação constante, porque continuo à procura de uma versão que seja ao mesmo tempo boa para vocês e compensadora para mim. Os podcasts, em Portugal, só fazem sentido por diversão ou havendo patrocínios. E, com raras exceções, os patrocínios só se conseguem alavancados nas estruturas comerciais dos grandes meios de comunicação. Sem um patrocínio, o podcast do Futebol de Verdade - que desde a criação andou sempre no Top10 dos desportivos em Portugal - rende zero euros ao mês. Metia regularmente no Spotify um conteúdo que estava no top dos mais ouvidos da sua categoria, que tem mais de 1,4 milhões de reproduções, mas feitas as contas ainda era eu que pagava (e continuo a pagar) a mensalidade da plataforma. Enquanto assim for e, a não ser que haja patrocínio (ou eu mude de ideias, o que acontece com frequência…), o Futebol de Verdade deixa de estar disponível em podcast.
Muito útil e didáctico. Obrigado pelos esclarecimentos!