Factos rápidos da 28ª jornada
O futebol não são números, mas os números ajudam-nos a ver coisas que de outro modo podiam escapar-nos. Aqui ficam nove factos da 28ª jornada da Liga, um por jogo, com abertura no clássico do Dragão.

Palavras: 2368. Tempo de leitura: 11 minutos (texto sem áudio no Telegram). Quadros: 9.
A 28ª jornada da Liga foi boa para o Benfica, que a aproveitou para se isolar no topo da tabela classificativa, ganhando por 4-1 ao FC Porto no Dragão, mas num jogo em que estabeleceu vários mínimos estatísticos da temporada no que toca a jogar. O Sporting, por sua vez, apareceu bem mais dependente da iniciativa individual do que da ligação e acabou por ceder o quinto empate no período debaixo das ordens de Rui Borges, o quarto depois de ter estado em vantagem. Aqui fica a edição dos Factos Rápidos relativa à 28ª jornada da Liga, a habitual resenha estatística que faço a cada jornada para todos os jogos, sempre com o apoio do radar GoalPoint.
FC Porto 1, Benfica 4
A vitória ampla alcançada pelo Benfica no Dragão apareceu na sequência de uma partida em que os encarnados manejaram na perfeição vários índices estatísticos, estabelecendo valores mínimos que poderiam ter sido comprometedores se não aparentassem ser propositados e se a equipa não desse a sensação de que sabia perfeitamente que isso ia acontecer e tinha um plano para superar a coisa. Por exemplo, nunca na Liga o Benfica tinha completado tão poucos passes num só jogo como neste: foram 207, contra os 301 da derrota caseira contra o SC Braga, que eram o valor mais baixo até aqui. Os encarnados não tinham acabado 90 minutos com tão poucas posses progressivas como aqui: foram apenas cinco, para um total de 408 metros em subida com bola, quando os valores mínimos eram sete e 473 metros. Apesar de o FC Porto ter saído do campo com um índice de Passes Permitidos por Ação Defensiva (PPDA) muito positivo (5,12 contra os 16,00 do Benfica) e de António Silva ter juntado o seu nome ao dos jogadores que mais passes de muito alto risco perderam num mesmo jogo (dois), um lote onde já estava, por exemplo, Di María (na visita ao FC Arouca), a aposta de Bruno Lage era no passe e não na posse. O Benfica trocou a propalada posse com propósito pelo passe com propósito – e nesta propensão para a transição e a chegada rápida à frente conseguiu transformar uma diferença ainda assim abissal de posse (40-60) num equilíbrio no que respeita ao Field Tilt (49-51), que é a posse no último terço, e até à superioridade nas ações na área adversária (31-28). O resto foi o nível de finalização: os encarnados acabaram com quatro golos num xG (índice de golos esperados) de 2,71, com um saldo positivo de 1,29, praticamente correspondente à exibição de Pavlidis – que marcou três num xG de 1,66, com saldo positivo de 1,34.

Sporting 1, SC Braga 1
Rui Borges finalmente concedeu no que respeita ao perfil dos alas e, por isso, conseguiu juntar no onze Quenda (a partir da direita), Catamo e Trincão (próximos de Gyökeres). Isso permitiu que o jogo se tornasse num daqueles em que o Sporting mais vezes foi capaz de meter dribles: os leões acabaram com 16, apenas superados pelos 17