F80 (92): Carlos Gomes
Há quem diga que foi o melhor guarda-redes português de todos os tempos. Seguro é que foi, pelo menos, o mais subversivo. Cinco vezes campeão pelo Sporting, fugiu do país ao intervalo de um jogo.
A subversão estava-lhe no sangue: tudo o que fosse poder lhe cheirava mal. E ele, provocador como poucos, não calava a revolta, antes a amplificava, a ponto de depois sofrer constantemente na pele as consequências dos sucessivos desvarios. Não foram só as passagens efémeras pelos calabouços da PIDE ou o rótulo de personagem incómoda que lhe colaram na testa a impedir Carlos Gomes de conhecer nos campos a honra que a sua imensa qualidade justificava. Deixou o Sporting e a selecção nacional aos 26 anos e fugiu do país aos 29. Até morrer, em Outubro de 2005, no mesmo Barreiro que o viu nascer, aquele que muitos consideram o melhor guarda-redes português de sempre foi uma fonte permanente de polémicas.