F80 (48): Paulo Santos
Ficou marcado por um incidente no Mundial de sub17, quando na euforia dos festejos de um golo baixou os calções ao público. Os danos reputacionais não o impediram de jogar a top durante duas décadas.
Há coisas que se fazem com 16 anos que nenhum de nós faria aos 40. Paulo Santos saberá bem disso, porque começou a enfrentar a pressão do desporto de altíssima competição quando ainda era adolescente e por lá ficou até estar à beira de ser quarentão. Até ao fim, quando se retirou, no Rio Ave, em 2012, com 39 anos, carregou às costas uma imagem de jogador explosivo e complicado de gerir, nascida em grande parte do momento no qual, em 1989, se cansou de ser insultado pelo público que estava atrás da baliza da seleção nacional de sub17 e, após um golo que garantia o difícil apuramento nacional, baixou os calções e exibiu as nádegas. A mensagem era clara, mas o que Paulo Santos não esperaria era que ela continuasse durante mais de 20 anos a ofuscar as qualidades inegáveis que tinha como guarda-redes. Era rápido e intuitivo a ponto de merecer mais do que a única internacionalização que teve ou o título de campeão nacional que ganhou como figurante, no Benfica, em 1994.