F80 (409): Raúl
Só conheceu dois clubes na vida, o Leixões e o Benfica, e ganhou troféus em ambos. Com seis campeonatos e três Taças de Portugal no palmarés, Raúl pôde despedir-se numa partida entre ambos.
Raúl chegou ao Benfica na ressaca da conquista da segunda Taça dos Campeões Europeus, em 1962. Já não era um miúdo, como se percebia pelo facto de, havendo outro Raúl no plantel do Leixões, ser ele o “primeiro” e o outro, o Oliveira, defesa-esquerdo, o “segundo”. Era capitão de equipa, um defesa-central com boa leitura de jogo, poder de concentração e um físico que fazia a diferença. Já tinha ganho uma Taça de Portugal, fizera uma carreira bem interessante na Taça das Taças e motivara uma convocatória para a seleção nacional, em 1961, ainda que não tenha chegado a jogar nessa deslocação ao Luxemburgo em que se estreou Eusébio. Mas o Benfica era outra loiça. E as expectativas da dupla de Matosinhos – com ele, assim a jeito de contrapeso, veio o mais jovem Jacinto – não seriam tão altas. Só que, logo na pré-temporada, uma lesão grave de Germano, o líder do setor defensivo nas finais europeias de Berna e Amesterdão, deu a Fernando Riera o pretexto de que precisava para fazer do matosinhense titular. Raúl marcou a transição entre Germano e Humberto Coelho, dois notáveis defesas-centrais. Foi seis vezes campeão em sete anos no Benfica e só não ganhou nenhuma das duas finais europeias que jogou. Quando ficou fora da terceira, vendo jogar Humberto Fernandes e Jacinto, percebeu logo a mensagem e voltou a casa.
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