F80 (408): N'Dinga
Chegou do Zaire, ia para França, mas ficou em Guimarães. N’Dinga pode ter aparecido ali por acaso mas tornou-se figura emblemática do futebol minhoto. Pelo muito que jogava e pelo caso com o seu nome.
Já ouviu certamente falar do caso-N’Dinga. Não é o mais importante quando se fala do médio congolês – na altura era zairense, que o país ainda vivia debaixo da tirania de Mobutu – mas foi o que o celebrizou, mais até do que o facto de ser, ainda hoje, o jogador com mais presenças no campeonato com as cores do Vitória SC. Foram 285 jogos ao longo de dez anos de utilidade permanente, depois de N’Dinga ter entrado no clube um pouco por acaso e fruto do improviso, como eram quase todas as transações feitas na altura pelo empresário que o trouxe, o antigo jogador Valter Ferreira, e antes de de lá ter saído em conflito com António Pimenta Machado, o líder que punha e dispunha em Guimarães por aquela altura. Além de uma adaptabilidade acima da média, que o levou a jogar quase sempre fora da posição em que crescera ou a falar português fluente ao fim de um ano, N’Dinga impôs em campo uma técnica individual superior e uma capacidade tática que o levava a ser escolhido como titular por todos os treinadores que foi conhecendo no D. Afonso Henriques.