F80 (406): Jorge Silva
Jogou e marcou por sete equipas de I Divisão, mas no Benfica, que o viu nascer, não lhe deram os créditos que ele fazia por merecer em campo. Foi o Marítimo que lhe valeu a internacionalização A.
Se há um dia decisivo na carreira de Jorge Silva, é o dia 1 de Julho de 1979. O rapaz tinha feito 20 anos e via o Mundo a seus pés. Começava a ter oportunidades no Benfica, onde já jogava o seu irmão, José Luís, e respondia com golos, que era o que se esperava de um ponta-de-lança. Marcara quatro, em sete jogos de campeonato. O problema é que o Benfica acabara de perder o segundo título consecutivo para o FC Porto. E não havia tempo para esperar. A 1 de Julho de 1979, em Assembleia Geral, os sócios dos encarnados votaram favoravelmente a permissão de contratar estrangeiros. E veio Jorge Gomes. E veio César. Avançados, naturalmente, gente para ir atrás dos golos. O Benfica voltou a não ser campeão em 1980 – sê-lo-ia em 1981 – e a diferença é que Jorge Silva não somou um só minuto em campo. Percebeu ali, naquele Verão em que completou 20 anos, que tinha de ir atrás da carreira para construir uma história que o Benfica não lhe daria. E foi o que fez, jogando e marcando sempre golos em sete equipas diferentes até chegar à sua internacionalização, à beira dos 30, quando era jogador do Marítimo.