F80 (402): José Henrique
A agilidade e a coragem nas saídas valeram-lhe a adaptação da alcunha que era do pai. O filho do “Zé da Gata” de Arrentela transformou-se no Zé Gato do Benfica e da seleção e ganhou oito campeonatos.
A vida de José Henrique nunca foi fácil. Júnior do Benfica numa altura em que Costa Pereira era dono das balizas encarnadas, teve de passar por cinco anos de empréstimos antes de voltar à Luz para se bater com outros concorrentes à sucessão. Demorou, mas saiu vencedor dessa luta com Melo e Nascimento e logo empreendeu outra, com Damas, pelas redes da seleção, que guardou por exemplo na Mini-Copa de 1972, o farol de êxito da equipa nacional entre as presenças no Mundial de 1966 e no Europeu de 1984. No Benfica, acabou por partilhar os postes, primeiro, e ceder, depois, apenas na segunda metade da década de 70, ante outro gigante de estatura mediana, Bento, com quem tinha em comum o comportamento elástico nas saídas e com quem dividiu um palmarés rico como poucos. José Henrique fechou a carreira com oito títulos de campeão nacional e 15 partidas pela seleção, números que fazem dele um dos marcos da posição num país que, enquanto ele jogou, foi marcado pela clara hegemonia do Benfica.