F80 (401): Miguel Arcanjo
Chegou adolescente, de Angola, para jogar no FC Porto, o único clube que representou em Portugal, em cuja defesa se impôs como referência e onde escapou três vezes a um final de carreira prematuro.
Miguel Arcanjo foi presença constante na defesa do FC Porto desde o momento em que o brasileiro Dorival Yustrich lhe pôs os olhos em cima, no Verão de 1955, até as pernas deixarem de responder à altura, quase dez anos depois. Durante uma década, a classe, a velocidade de recuperação e o sentido de desarme levaram-no até à seleção nacional e a ser duas vezes campeão nacional pelos dragões. Mas o rapaz que chegara ao FC Porto ainda adolescente, por força da insistência do irmão Paulo Palhares, ex-jogador do Boavista, e da recomendação de Saraiva Caldeira, um adepto portista bem colocado nas províncias ultramarinas, passou quatro anos a marinar e esteve mesmo quase para ser dado como perdido para o futebol: a infeção ocular que contraiu na viagem de barco do Lobito até Alcântara, em 1951, quase lhe custava uma vista, salva devido à intervenção pronta de Abílio Urgel Horta, então presidente do clube, e a uma intervenção cirúrgica conduzida por Cesário Bonito, que anos mais tarde haveria de ser sucessor daquele no cadeirão do poder nas Antas.
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