F80 (395): Maló
A história lembra-o por ter defendido um penalti de Eusébio e por ter sido o guarda-redes menos batido no campeonato de 1967, que a Académica quase ganhava. Maló foi uma referência até se afastar.
João Maló ainda foi do tempo em que o futebol não era a motivação fundamental para os que jogavam na Académica. A ideia era sempre outra: o curso superior, o futuro num país onde, de tão rara, a formação universitária era a chave para uma vida melhor. Um dos melhores guarda-redes portugueses da década de 60, viu lesões várias tirarem-lhe a continuidade que o podia ter elevado a outro patamar, mas já foi em nome do curso – e, pronto, devido à embirração de Otto Glória… – que trocou a esperança de um dia vir a guardar a baliza do Benfica pelas redes da Académica. Em Coimbra se fez homem, jogador de futebol e, mais importante, renomado médico e professor catedrático da Faculdade de Medicina. Do futebol, afastou-se primeiro enquanto treinador, depois como jogador e finalmente até como dirigente e adepto. “Um dia, dei comigo de pé, a chamar nomes aos árbitros, aos adversários, aos nossos jogadores, e pensei: ‘Eu? Nunca mais!’”, disse em 2011, quando foi agraciado pelo Presidente da República com o título de Grande Oficial da Ordem de Instrução Pública.