F80 (382): Espírito Santo
Uma das figuras mais importantes da história do Benfica, Espírito Santo foi de tudo: goleador, municiador e recordista de três especialidades do atletismo. Ou presidente honorário do centenário.
A história que melhor define o que foi Guilherme Espírito Santo aconteceu em 1938, no Campo das Amoreiras, durante um treino da equipa de futebol. A bola fugiu e o jovem avançado-centro foi buscá-la com pressa de reatar. Sem se aperceber, quase esbarrava com o obstáculo onde a equipa de atletismo treinava salto em altura. Saltou para se desviar e superou, sem aparente dificuldade, a fasquia colocada a 1,82m. Era isto Espírito Santo: agilidade natural, muito instinto e não tanta praticidade. Quando o convenceram a acumular futebol com atletismo e a coisa passou a ser oficial, precisou de tempo para voltar a chegar lá, dando um sentido concreto ao que dele dizia o seu grande amigo Peyroteo, estrela maior do Sporting e do futebol português daqueles tempos: “O Guilherme joga futebol muito melhor do que eu. É menos prático? Sim. Marca menos golos. Mas é mais jogador”.