F80 (346): Vicente
A maior referência viva do Belenenses, Vicente era um defesa correto, fino e inteligente, que se destacava pela forma como era capaz de anular Pelé. Acabou cedo, por causa de um acidente de automóvel.
A expressão “Corta Vicente!” fez tanta escola em Portugal, que passou dos relatos de futebol aos jogos de cartas, onde a dada altura era regularmente gritada com júbilo por quem quer que tivesse um trunfo na mão e estivesse prestes a utilizá-lo para poder recolher as cartas que estivessem na mesa. A origem estava no futebol todo ele feito de souplesse, inteligência e antecipação de Vicente Lucas, que chegou a Lisboa com 18 anos destinado a ser o “Matateu II”, numa alusão ao futebol explosivo e imaginativo do irmão mais velho, mas que logo esclareceu os que o esperavam no cais da Rocha Conde de Óbidos: “Eu não sou o Matateu II. Eu sou o Vicente!”. E, ao longo de uma carreira em que se tornou o único jogador mundial capaz de anular Pelé sem ser com recurso à falta, Vicente até mudou de posição em campo: de atacante, passou a defesa, função que não casava bem com o seu caráter sempre correto mas que ele, de certa maneira, soube reinventar até ao fatídico dia em que, a caminho do treino, um acidente de viação lhe danificou uma vista e lhe acabou com a carreira. Tinha ele 31 anos e ainda muito para dar ao clube e à seleção.
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