F80 (337): José Pereira
Chamavam-lhe Pássaro Azul pela elegância, das defesas e de uma personalidade que não admitia faltas de consideração. Dispensado do Belenenses um ano após o Mundial’66, mudou-se para Espanha.
José Pereira fez mais de 300 jogos na baliza do Belenenses na I Divisão, não chegou a ser campeão – ainda que tenha ficado perto, no trágico final de época de 1955 – e só na fase mais madura da sua carreira, já bem para lá dos 30 anos, teve o reconhecimento da chamada à seleção nacional. Foi ainda a tempo de jogar o Mundial de 1966, como um dos magriços que mais fez para lá estar, pois o apuramento ficou a dever-se em grande parte a um dos seus voos impossíveis, a deter um penalti de Masny, na Checoslováquia. Eram voos como esse, a agilidade e a elegância que revelava entre os postes, que levaram a que lhe chamassem “Pássaro Azul”. E foi esse estatuto que adquiriu em década e meia nas redes do Restelo que o fez levar a peito a desconsideração que foi o rumor de que iria passar à condição de segunda escolha, apenas um ano depois do Mundial inglês, com contrato de “não amador”. Nunca ficou verdadeiramente claro se José Pereira foi dispensado pelo Belenenses, aos 36 anos, ou se simplesmente se cansou da contestação habitual por parte dos sócios que desde 1955 o responsabilizavam pela perda do campeonato, mas o Pássaro Azul foi voar para outras paragens. Ainda jogou na II Divisão, no Beira Mar, antes de emigrar para Barcelona, onde cortou laços com tudo o que tinha a ver com o futebol português. A ponto de ser hoje impossível averiguar se ainda é vivo.
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