F80 (322): Di Pace
Era o Rei do Drible, a figura tutelar da segunda grande geração de argentinos a passar pelo Belenenses. No Restelo, Di Pace só deixou saudades, porque ficou a quatro minutos de deixar um título.
Miguel Di Pace é um dos nomes mais venerados em toda a história do Belenenses. O argentino, que chegou a Portugal na Primavera de 1953, recomendado por Alejandro Scopelli, não chegou a ganhar um único troféu com a cruz de Cristo ao peito, mas o relato das suas façanhas na arte de esconder a bola dos adversários e a ligação quase telepática que estabelecia em campo com Matateu eternizaram-no no coração dos adeptos belenenses, até mesmo dos que nunca o viram jogar. “Foi o maior de todos os jogadores que conheci”, disse dele o goleador moçambicano, de certa forma ajudando a explicar a receção calorosa que o Estádio do Restelo deu ao médio argentino quando este veio de visita a Portugal pela última vez, em 2004, quase 50 anos depois de ter envergado pela última vez as cores do clube.